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Eletrobras lança oferta bilionária, mas companhia precisa obter aprovação prévia dos credores de Furnas

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Após quase cinco anos em gestação, a Eletrobras lançou, sua oferta bilionária de ações que resultará na privatização da companhia. Com uma movimentação que pode superar os R$ 30 bilhões, será uma das maiores da história da Bolsa brasileira, só atrás da megacapitalização de R$ 120 bilhões da Petrobras, realizada em 2010. Embora muito comemorada, a operação enfrenta um risco de ser cancelada, o que surpreendeu alguns agentes de mercado.

O grupo Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6) precisa obter, até 6 de junho, a aprovação prévia de credores de Furnas para um aporte bilionário que esta empresa precisará fazer na Santo Antônio Energia, que opera hidrelétrica de mesmo nome. Caso essa anuência não seja obtida até a data definida, a oferta volta para a gaveta. A precificação está marcada para 9 de junho.

Por conta de um imbróglio entre acionistas da Santo Antônio Energia e o consórcio construtor da usina que resultou em uma condenação arbitral, Furnas terá de fazer um aporte de até R$ 1,58 bilhão na operadora da usina. O valor do aporte é superior ao limite para essas situações estabelecido em escritura de emissão de debêntures de Furnas, o que poderia provocar o vencimento antecipado cruzado (cross default) da maioria do endividamento de Furnas e, consequentemente, de grande parte do endividamento da própria Eletrobras.

Fontes que acompanham de perto a operação consideram que este será o principal tema no radar de potenciais investidores nos próximos dias. As conversas com investidores começaram oficialmente nesta sexta-feira. Tendo em vista a decisão da Eletrobras de lançar a oferta mesmo diante dessa incerteza, alguns consideram que a companhia deve ter obtido uma sinalização favorável para resolver a questão.

A operação que resultará na privatização da companhia envolve uma emissão primária de 627.675.340 novas ações, com recursos que vão para o caixa da elétrica, e uma oferta secundária de 69.801.516 ações do acionista controlador, a União. A fatia primária será também ofertada no formato de American Depositary Receipts (ADS) para atender os investidores estrangeiros. Considerando o lote suplementar de até 15% do total das ações ofertadas, a operação pode movimentar mais de R$ 35 bilhões, tendo em vista preço de referência de R$ 44 por ação, correspondente ao valor de fechamento das ações ON antes do anúncio.

Além da condicionante relacionada a Furnas, a oferta também pode ser cancelada caso o preço por ação seja inferior a um valor mínimo, que não foi divulgado oficialmente. Outra condição é que o montante arrecadado na oferta primária corresponda a recursos líquidos de, no mínimo, R$ 22.057.564.316,99, conforme definido em Assembleia de acionistas.

Por meio da operação, a fatia da União deverá cair dos atuais de 72% do capital votante para um porcentual de até 45%. Com isso, o Estado deixa de ser acionista majoritário e a empresa se torna uma corporação de capital pulverizado. Apesar de manter uma participação relevante, a União terá um poder de gestão diminuído, já que foram aprovadas mudanças no estatuto social da companhia de forma a proibir que qualquer acionista exerça votos em volume superior a 10% das ações.

Cronograma

Após a liberação da operação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada, o governo e os bancos voltaram a trabalhar em ritmo acelerado. A ideia é proporcionar o maior afastamento possível do período de férias no hemisfério Norte e do calendário eleitoral, para atrair o maior número de investidores e evitar que as discussões políticas afetem ainda mais a avaliação sobre a empresa.

A operação pode garantir um noticiário favorável ao governo, que pouco conseguiu avançar na agenda de grandes privatizações, e ao mesmo tempo se vê neste momento imerso em notícias negativas relacionadas ao setor de energia, em diversas frentes.

Obtido o aval em Furnas, a avaliação é de que a Eletrobras não deve ter problemas para concluir a operação. Segundo fontes, há interesse de diferentes públicos na oferta da Eletrobras, com destaque para fundos institucionais, hedge funds e varejo, embora a operação não seja uma unanimidade.

A oferta terá um máximo de R$ 6 bilhões destinados aos investidores que queiram utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para adquirir ações da elétrica. A aquisição será feita por meio de fundos FMP-FGTS, que está sendo colocado à disposição do publico de varejo por gestoras, a maior parte, ligada a bancos.

A operação tem como coordenadores líderes o BTG Pactual, o Bank of America, Itaú BBA, Goldman Sachs e XP Investimentos. Participam ainda do sindicato, mas não como líderes, o Bradesco BBI, Caixa Econômica Federal, Citi, Credit Suisse, JP Morgan, Morgan Stanley e Safra.

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