O real registrou forte desvalorização frente ao dólar nesta terça-feira, com investidores embutindo nos preços um elevado risco fiscal do pacote anunciado ontem à noite pelo governo para tentar baixar os preços dos combustíveis.

No pior momento do dia, o dólar bateu em R$ 4,9341 (+2,89%), diante da falta de informações sobre os custos fiscais e o impacto efetivo das medidas nos preços aos consumidores. Consultorias avaliam que a redução nos impostos pode ser anulada por um novo reajuste dos combustíveis pela Petrobras, visto que os preços domésticos estão defasados em relação aos praticados no mercado internacional.

Além disso, o eventual impacto deflacionário em 2022 pode se transformar em mais inflação para 2023, quando os impostos voltarem a valer. Lá fora, o mercado segue de lado, à espera de dados de inflação e da decisão de política monetária do BCE.

A única surpresa veio do Japão, onde presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, reiterou que a instituição manterá sua política monetária relaxada, o que gerou forte desvalorização do iene (132,649/US$, +0,58%).

O dólar à vista fechou em alta de 1,64%, a R$ 4,8742, após oscilar entre R$ 4,8084 e R$ 4,9341. Às 17h10, o dólar futuro para julho subia 1,55%, para R$ 4,9065. Lá fora, o DXY recuava 0,12%, a 102,309 pontos, enquanto o euro subia 0,11%, para US$ 1,0705; e a libra ganhava 0,51%, a US$ 1,2595.

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(Com informações da BDM, UOl e Agencia CMA)