A Aliansce Sonae Shopping Centers registrou lucro líquido de R$ 23,5 milhões no segundo trimestre, queda de 60% na comparação anual.
A linha final do balanço foi impactada pela depreciação dos shoppings. Mas o fluxo de caixa proveniente das operações ajustado (FFO, na sigla em inglês) ajustado da Aliansce cresceu 24,7% na comparação com o segundo trimestre de 2021, para R$ 107,75 milhões. Comparando com o mesmo período em 2019, a alta foi de 3%.
A receita líquida totalizou R$ 245 milhões, alta de 18%. A melhora nos resultados da Aliansce Sonae foi explicada pelo crescimento das vendas nos shoppings, que levaram à remoção de descontos nos aluguéis dos pontos aos lojistas, melhora na ocupação dos empreendimentos, níveis de inadimplência em baixa.
O ebtida – lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação – ajustado somou R$ 176,278 milhões, avanço de 19,6% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda subiu 0,9 ponto porcentual, para 71,9%.
A receita de aluguel mínimo totalizou R$ 169,8 milhões, avanços de 40,3% e 24,9% em relação ao 2T21 e 2T19, respectivamente. A receita de Mall e Mídia (M&M) foi impactada por maior concentração de contratos no 1T22 e atingiu R$ 22,2 milhões, no segundo trimestre de 2022.
As vendas nas mesmas lojas (abertas há mais de um ano) aumentaram 39,9%.
Os aluguéis mesmas lojas da administradora aceleraram, crescendo 37,9% no segundo trimestre. “A performance está ligada à consistente recuperação das atividades nos shoppings da companhia e consequente redução de descontos”, diz o texto que acompanha os resultados da Aliansce Sonae. Segundo a empresa, o patamar de descontos atingiu o menor nível sobre os alugueis desde o quarto trimestre de 2019, antes da pandemia.
As vendas dos shoppings da Aliansce Sonae atingiram R$ 2,9 bilhões entre abril e junho deste ano, crescimento de 46% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a alta foi de 29%.
A ocupação dos shoppings aumentou de 95,4% no segundo trimestre de 2021 para 96,7% no mesmo período de 2022. O custo de ocupação (medido como um porcentual das vendas dos lojistas) baixou de 11,6% para 10,5%. E a inadimplência líquida encolheu de 7,8% para 4,5%.
O fluxo de caixa proveniente das operações ajustado (FFO, na sigla em inglês) ajustado cresceu 24,7% na comparação com o segundo trimestre de 2021, para R$ 107,75 milhões. Comparando com o mesmo período em 2019, a alta foi de 3%
O FFO, por sua vez, foi impactado pela depreciação de ações da brMalls. A Aliansce Sonae adquiriu R$ 624 milhões em papéis da administradora (com a qual passa por um processo de fusão) ao longo do primeiro trimestre deste ano. Sem contar com essas ações, o indicador teria crescido 16% na comparação com 2019.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 51,8 milhões, como reflexo do aumento da custo da dívida em função dos juros mais altos. Também houve queda na receita após a destinação de R$ 624 milhões para compra de ações da BRMalls, empresa com a qual a Aliansce Sonae está em processo de fusão.
As receitas financeiras somaram R$ 34,4 milhões, sendo a variação versus o 2T21 amplamente relacionada ao aumento da taxa de juros. É importante ressaltar que o investimento de R$ 624,1 milhões para adquirir ações de brMalls foi realizado a um cap rate atrativo de 14%, porém não gera receita financeira.
As despesas financeiras totalizaram R$ 86,4 milhões no 2T22. A maior parte desse efeito pode ser explicada pela elevação do CDI e também reflete as captações recentes de R$ 500 milhões, em março de 2022 e de R$ 415 milhões, em agosto de 2021.
As receitas e despesas financeiras não-recorrentes derivaram i) do ajuste contábil não-caixa, para reconhecimento do efeito das renegociações dos financiamentos ocorridas ao longo de 2019 e 2020, sem impactos em impostos correntes, e ii) do efeito temporal da contabilização de swap.
A taxa de inadimplência do 2T22 foi de 4,5%, 3,3 p.p. inferior à do 2T21. Especialmente, em junho de 2022, a inadimplência foi negativa em 2,4%, indicando forte recuperação de títulos em atraso.
O NOI da Aliansce Sonae foi de R$ 222 milhões com margem de 89,9%, já após o efeito da provisão para devedores duvidosos (PDD). O indicador registrou crescimentos de 19,1% em relação ao 2T19, e de 56,7% em relação ao 2T21.
Os custos operacionais somaram R$ 17,4 milhões no 2T22, um crescimento de 1,6% em relação ao 2T21 e uma queda de 13,2% em relação ao 2T19. A performance observada reflete os ganhos capturados em função da redução de encargos condominiais e demais custos, como parte das sinergias da fusão Aliansce Sonae. No 2T22, o nível de PDD foi 56,2% menor do que o patamar do 2T21, em função, principalmente, da retração observada em inadimplência e da importante recuperação de títulos em atraso ocorrida em junho de 2022.
O Capex realizado da Aliansce Sonae foi de R$ 53,7 milhões, investidos em manutenção e revitalização de seus shoppings; expansões e projeto de implantação do novo ERP da Companhia e outros sistemas de apoio operacional.
O custo médio da dívida de 10,3% no 2T22, em comparação a 6,6% no 2T21. O aumento pode ser explicado pela elevação da Selic e dos índices de inflação. No segundo trimestre de 2022, a relação Dívida Líquida / EBTIDA da Companhia foi de 1,1x, se mantendo como o menor nível de alavancagem do setor
Fusão
Os acionistas da Aliansce e da BrMalls aprovaram, em junho, a combinação de negócios entre as duas empresas. A transação está em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Bain foi contratada para atuar no processo e dar apoio ao cleam team (comitê de executivos que cuida da integração), além de realizar o cálculo de estimativa das sinergias.
Os resultados da Aliansce Sonae (BOV:ALSO3) referente suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia 10/08/2022. Confira o Press Release completo!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters