O dólar recuou frente ao euro, a libra e o iene, ajustando parte dos ganhos mais fortes vistos na sessão anterior. Declarações de dirigentes de grandes bancos centrais seguiam como foco importante, também em meio a indicadores.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 134,09 ienes, o euro subia a US$ 1,0972 e a libra tinha alta a US$ 1,2426. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,35%, a 101,745 pontos.
Na agenda de indicadores, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu acima do esperado, com alta de 4,5% no primeiro trimestre, na comparação anual, ante expectativa de avanço de 4,0% dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Na agenda americana, as construções de moradias iniciadas caíram 0,8% em março ante fevereiro no país, mas analistas previam queda maior, de 3,4%.
Entre dirigentes do Fed, Raphael Bostic (Atlanta) disse que defende mais uma alta de juros e que eles sejam mantidos “por um bom tempo” no mesmo nível, para garantir que a meta de inflação de 2% seja atingida. Jim Bullard (St. Louis) também defendeu mais altas nos juros e minimizou risco de recessão. Já a diretora Michelle Bowman não tratou de política monetária, mas comentou que o eventual uso de uma moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês) não deve alterar significativamente os incentivos para o uso do dólar, e também mencionou que, se mal elaboradas, as CBDCs poderiam representar um risco à estabilidade financeira. No monitoramento do CME Group, a chance de uma alta de 25 pontos-base nos juros pelo Fed na próxima decisão, de 3 de maio, estava em 86,6% no fim da tarde, com 13,4% de manutenção.
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, também defendeu mais aperto monetário, dizendo que espera alta de juros em maio, e que ao fim do ciclo eles fiquem inalterados por um tempo para conter a inflação. O euro chegou a reduzir ganhos, após o índice ZEW de expectativas econômicas recuar a 4,1 pontos em abril na Alemanha, mas não inverteu o sinal.
Na avaliação da deVere, o dólar pode ficar sob pressão no restante do ano. A consultoria aponta que a tendência de baixa da moeda americana deve se manter em 2023, com mercados apostando que o Fed terá de cortar juros mais adiante, conforme a economia americana perde fôlego.