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Direcional (DIRR3): lucro líquido de R$ 69,8 milhões no 1T23, avanço de 95,9%

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A Direcional Engenharia apresentou lucro líquido operacional de R$ 69,8 milhões no primeiro trimestre de 2023, avanço de 95,9% ante o mesmo período de 2022, conforme balanço.

O critério operacional divulgado pela companhia exclui as despesas não recorrentes com cessão de recebíveis e resultado de swap de ações. Sem considerar o ajuste, o lucro líquido foi de R$ 58,8 milhões, alta de 120%.

Ebitda – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado somou R$ 121 milhões, alta de 25% na mesma base de comparação. A margem Ebitda ajustado subiu 1,0 ponto porcentual, para 21,7%.

Já a receita líquida totalizou R$ 557,3 milhões, aumento de 19,1% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

Para a companhia, em seu release de resultados divulgado há pouco ao mercado, o destaque fica para “a resiliência operacional refletida na estabilidade da margem Ebitda trimestre após trimestre, mesmo considerando os mais diversos momentos do ciclo econômico”.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 19,298 milhões, indicador 21,2% menor do que o registrado um ano antes, “principalmente em função de resultado líquido negativo de R$ 6 milhões considerando as despesas com juros e as receitas com aplicações financeiras ocorridas no período, despesas não recorrentes com operação de cessão de recebíveis, em valor aproximado de R$ 10 milhões”, explica a companhia.

A Direcional encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 290 milhões, ante R$ 230 milhões registrados um ano antes, com índice de alavancagem (medido pela dívida líquida ajustada sobre o patrimônio líquido) de 19,2%, já considerando o pagamento de R$ 104 milhões em dividendos ocorrido no mês de janeiro.

Os resultados da Direcional Engenharia (BOV:DIRR3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram divulgados no dia 08/05/2023.

Teleconferência

A Direcional teve o melhor trimestre em vendas na história da companhia e a margem bruta se mantém resiliente em 36% no primeiro trimestre de 2023. Apesar do resultado positivo no período, o CEO da empresa, Ricardo Gontijo, apontou preocupações que permeiam o setor de construção no início do ano, durante a teleconferência de resultados do 1T23, nesta terça-feira (9).

“No setor nós temos um cenário que no segmento de SBPE (linha de crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança) muito preocupante. Eu vejo uma redução no tamanho do mercado como um todo”, comentou.

“Não estou dizendo que isso vai ter impacto relevante na Riva (incorporadora da Direcional), que a gente vá ter uma redução grande de oferta, mas a gente deve ver algumas empresas deixando de atuar nesse segmento (com financiamento da poupança)”, afirma.

O executivo também não vê cenário positivo em termos de geração de emprego no setor. “A construção civil tende nos próximos meses a diminuir um pouquinho de tamanho em relação ao ano passado”, comentou, emendando com outra questão que preocupou muito o setor no primeiro semestre do ano passado.

  • Queda de custos

Por outro lado, um ponto positivo foi a desaceleração da inflação de matérias-primas, reduzindo o custo da empresa. “O que a gente tem percebido já nos últimos meses, analisando o INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) é a mão de obra já tendo reajustes superiores a material (de construção). Não foi o que acontecia na pandemia: antes o material estava subindo muito mais do que mão de obra”, compara.

Ricardo Gontijo ressalta que o método construtivo adotado pela empresa favorece quando a mão de obra tem um custo maior do que o material, já que sistema da Direcional tem foco na alta produtividade.

“Estamos vendo um cenário benigno em termos de custo na nossa produção de unidades habitacionais. A gente está com margem bruta bastante confortável e o cenário bem menos preocupante do que no período de pandemia, com relação aos nossos custos de produção”, disse na abertura da teleconferência.

O concreto, que permaneceu com custo elevado no segundo semestre de 2022 enquanto outros insumos caíam de preço no setor, também teve redução do preço nesse início de ano, diz o CEO. O concreto tem o maior peso no custo da obra depois da mão de obra. “A queda é importante para manutenção de nossa margem”, destaca o executivo.

O executivo afirmou que o programa Minha Casa Minha Vida – ainda sem as mudanças do novo governo – tem tido demanda muito sólida em todas as faixas. “Todos os empreendimentos estão indo de forma super saudável do ponto de vista de retorno sobre capital, do que estamos alocando para os projetos, margem. A gente está bem confortável com a operação nossa dentro do programa”, destacou.

No entanto, Ricardo Gontijo mostrou preocupação com a discussão que acontece Supremo Tribunal Federal (STF) de mudança do índice de remuneração do FGTS, que afetaria contratos habitacionais feitos no âmbito do programa.

“É muito importante que as consequências dessa decisão do Supremo estejam bem claras pra todos os ministros”, disse. Ele avalia que, na prática, para se pagar uma remuneração mais alta em cima dos depósitos do FGTS, isso impactaria de forma relevante nos mutuários de baixa renda do programa Minha Casa Minha Vida, que tem parcelas de imóveis a quitar cujo contrato está vinculado justamente ao índice de reajuste do FGTS.

“É um impacto que vai ao sentido contrário ao que se deseja quando se aumenta a remuneração dos depósitos (do FGTS)”, analisa.

  • Mudanças na concessão de crédito

Sobre crédito no sistema financeiro para construção civil, segundo o executivo, os bancos têm procurado focar os recursos do SBPE na concessão de crédito para pessoas físicas que adquiriram imóveis de um empreendimento cujo financiamento foi concedido pelo mesmo banco.

“É natural que os bancos estejam priorizando o pagamento da dívida de financiamento da produção que a incorporadora tomou, de certa forma migrando para pessoas físicas compradores daqueles imóveis”, comentou. “Ele pulveriza o risco por diversos compradores e deixa o mercado mais saudável, eliminando problema mais sério com uma incorporadora”, complementou.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

Em análise sobre o resultado, o Bradesco BBI apontou gostar da tese da companhia e ver a Direcional sustentando sua tendência positiva, embora pondere ter que acompanhar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a remuneração do FGTS, que é fundamental para avaliar as perspectivas do programa MCMV nos próximos anos.

Para o BBI, a empresa teve forte desempenho operacional (crescimento anual de 27% em vendas contatadas e mais de 10% em lançamentos) e uma margem bruta estável (cerca de 35%), impulsionando tanto a expansão da receita líquida, quanto do lucro líquido (avanço de 88% em base anual, quando excluído operações de swap), atingindo um ROE anualizado de 18%.

“Também gostamos da gestão do balanço patrimonial da Direcional, sendo ativa na venda de ativos (recebíveis e SPEs), o que reduz seu ciclo de caixa, permitindo uma distribuição de proventos mais rápida e recorrente aos acionistas e acelerando a expansão do ROE”, avalia.

Itaú BBA

Na mesma linha, o Itaú BBA aponta recomendação equivalente à compra para a ação, mas com postura menos otimista em relação a potenciais ventos contrários para o setor. Sobre o balanço, o banco destaca que as receitas melhoraram trimestralmente e anualmente, apoiadas pelo forte desempenho de vendas no trimestre. As margens brutas foram resilientes e, combinadas com a diluição das despesas de vendas, elevaram o resultado final acima de sua estimativa.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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