As taxas dos contratos de juros futuros encerraram a sessão desta terça-feira em queda, após oscilarem ao longo do dia. Investidores repercutiram a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que corroborou com a visão de corte da taxa básica de juros brasileira em agosto, e com a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de junho.
Os DIs futuros operaram sem direção definida, mas encerraram o dia em queda. Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 caíram 3,5 ponto-base e 5,0 pbs, respectivamente, a 12,96% e 10,96%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 recuaram 0,5 pb e 1,0 pbs, a 10,31% e 10,79%.
“Tivemos uma ‘batida’ nos DIs e a principal causa foi a ata do Copom, que deu a entender para o mercado que a porta para o corte [de juros] em agosto está aberta. Inclusive, nas opções negociadas para a reunião de agosto, a probabilidade de corte de -0,25% na Selic saiu de 47% para 63% após a ata”, afirmou o head de renda variável da A7 Capital, André Fernandes.
Na ata divulgada nesta manhã, o Copom destacou enxergar a desaceleração da inflação, mas informou que flexibilizações do aperto monetário exigem “confiança na trajetória do processo de desinflação”. Segundo o BC, o alívio na política monetária contracionista antes do ideal pode reacelerar o processo inflacionário.
A ata mostrou ainda a discussão entre os membros do Copom sobre um corte de juros em breve. Houve divergência em relação ao grau de sinalização dos próximos passos da política monetária, embora todos tenham concordado que isso depende da evolução da dinâmica da inflação no Brasil.
Mais cedo, dados apontaram que o IPCA-15 avançou 0,04% em junho na base mensal. Embora um pouco acima do esperado pelo mercado, que previa um indicador próximo da estabilidade, o indicador mostrou nova desaceleração ante maio, quando a inflação medida foi de 0,51%.
Treasuries
Os juros projetados dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos fecharam a sessão em alta, após dados da indústria, habitação e a confiança do consumidor virem melhores do que o esperado e fornecerem um impulso aos juros dos Treasuries, antes do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, amanhã em Portugal.
Os dados alimentaram as esperanças de que uma recessão possa ser evitada, ao mesmo tempo em que reforçam a perspectiva de juros mais altos por mais tempo. A ferramenta FedWatch da CME coloca as chances de um aumento de 0,25 ponto percentual (pp) em julho em 77%, enquanto as chances de um corte se movem para março, ante janeiro.
Os juros das notas do Tesouro de 10 anos fechou em alta de 0.04 ponto percentual (pp), para 3,76%. Enquanto isso, os juros das notas para 2 anos avançaram 0,09 pp, para 4,76%.