Dólar futuro volta aos R$ 5 na véspera de feriado; juros sobem, Ibovespa cai

A abertura do mercado brasileiro segue o script cauteloso da véspera de feriado, com incertezas pressionando o exterior e perspectiva de volatilidade à medida que forem saindo os dados da agenda carregada nos Estados Unidos.

O dólar opera em alta ante o real nos primeiros negócios desta quarta-feira, véspera de feriado no Brasil, enquanto as taxas dos juros futuros oscilam perto da estabilidade, diante da aversão ao risco global, com o aumento da preocupação dos investidores com a inflação.

Por volta das 9h20, o dólar à vista avançava 0,23%, a R$4,9799, e o dólar futuro tinha alta de 0,31%, a R$5,00.

Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar ganhava terreno frente a 10 no horário acima. Pares de países emergentes, como o real e o peso mexicano, lideravam as perdas da sessão.

O sentimento de aversão ao risco voltou a vigorar após novos dados de atividade econômica na Europa reacenderem os temores sobre a economia mundial, principalmente após a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, ter dito que a entidade “elevará juros até quando for necessário”.

As indefinições acerca dos próximos passos na política monetária europeia e americana levam à hesitação dos agentes financeiros em relação às taxas de juros por aqui. Com a agenda local esvaziada, a atenção se concentra nas sinalizações e indicadores do exterior.

O IGP-DI de agosto avançou 0,05%, após queda de 0,40% em julho, com diesel (+13,29%) e gasolina (8,36%).

No horário acima, os DIs com vencimentos em jan/24 operavam estáveis, a 12,37%, e os para jan/25 caíam 1,5 ponto-base, a 10,60%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 subiam 2,0 pbs e 1,0 ponto-base, respectivamente, a 10,49% e 11,25%.

Nos Estados Unidos, investidores aguardam a divulgação do Livro Bege, às 15h. O documento do Fed deve mostrar as condições econômicas do país e ajudar a balizar a condução da política monetária por lá. Além disso, a agenda econômica norte-americana é marcada por discursos de membros do banco central americano.

Por aqui, a véspera de feriado deve reduzir a liquidez nos negócios. Na cena política local, uma possível reforma administrativa, encabeçada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e a reforma ministerial continuam na pauta. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem um encontro com Afonso Bevilaqua, diretor executivo do Brasil no FMI.

Pré-mercado de NY tem viés de baixa em dia de agenda carregada; Treasuries dão trégua em patamar alto

O pré-mercado de Nova York opera com baixas bem menores que as europeias (Dow Jones futuro -0,22%, S&P 500 -0,24%, Nasdaq -0,28%) e aguarda a bateria de indicadores do dia. Pela ordem, sairão a balança comercial de agosto (9h30), os PMIs de serviços (S&P Global às 10h45 e ISM, que costuma fazer mais preço, às 11h), falas de dirigentes do Fed ao longo do dia e o Livro Bege do Fed às 15h, com indicadores regionais de atividade, inflação e mercado de trabalho no foco.

Um primeiro dado já saiu e reitera o estrago dos juros altos no mercado imobiliário: os pedidos semanais de de financiamento imobiliário caíram 2,9%, ao menor nível desde dezembro de 1996, mesmo com queda da taxa média do financiamento padrão de 30 anos de 7,31% para 7,21%.

À espera dos dados, o dólar DXY (-0,14%, 104,657 pontos) e os rendimentos dos Treasuries devolvem muito pouco da disparada na véspera: as T-notes de 2 e 10 anos fecharam com altas de 9 pontos-base, indicando aposta em manutenção de juros altos por longo tempo. Há pouco, 10 anos devolvia 1,6 pb (a 4,252%) e 2 anos recuava 1,5 pb (a 4,951%), rondando as máximas de 2023.