A Allos celebrou memorando de entendimentos para desinvestimento da totalidade de suas participações no Boulevard Shopping Campos e Santana Parque Shopping, de 75% e 36,7%, respectivamente.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:ALSO3) nesta segunda-feira (09).
O valor total da operação é de R$ 297,9 milhões, que corresponde ao cap rate de 8,35% considerando a eficiência fiscal.
A companhia explicou que o ganho de capital gerado nas transações será integralmente compensado através de prejuízo fiscal corrente.
O valor deverá ser recebido na data de superação das condições precedentes, em parcela única, à vista e em dinheiro.
A conclusão das transações está condicionada ao cumprimento de condições precedentes usuais a estes tipos de transações, incluindo auditoria e aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
“Os desinvestimentos reforçam a capacidade da Allos em realizar transações que gerem valor para o acionista, com a busca constante por oportunidades de otimizar a alocação de capital da companhia”, explicou a Allos.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI avalia o anúncio como positivo, uma vez que a venda de ativos não essenciais – desta vez Boulevard Shopping Campos e Santana Parque Campos, classificados em 39º e 47º, respectivamente, em termos de receita operacional líquida (NOI, na sigla em inglês), além dos ativos anteriormente vendidos — deve gerar NOI de curto prazo, mas deve principalmente ajudar a melhorar a percepção da qualidade da carteira.
O Bradesco BBI reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações da Allos, com preço-alvo de R$ 30, pois Allos é sua principal escolha entre os shoppings listados no Brasil, devido sua avaliação atrativa, com a empresa sendo negociada a um atraente Preço (P)/fluxo de caixa operacional (FFO) de 8,6 vezes para 2024 e um desconto excessivo de 27% para Multiplan.
Itaú BBA
Para BBA, a notícia é positiva porque ressalta a capacidade de desinvestimento da Allos e marca mais um passo na estratégia de reciclagem de ativos da empresa.
Além disso, o negócio foi fechado com um cap rate (taxa de capitalização) de 8,4%, considerando a economia fiscal da transação, ou 9,0% considerando o NOI dos últimos – ambos abaixo do cap rate de 13,1% implícito no preço atual das ações.
O cenário macro deverá continuar a dar o tom às ações, e analistas notam que a vantagem decorrente da estratégia de reciclagem de ativos pode ser compensada por um aumento contínuo das taxas reais de longo prazo.
O Itaú BBA também tem visão otimista com o papel e manteve avaliação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 29. O JPMorgan também tem recomendação equivalente à compra (overweight, ou exposição acima da média do mercado) para os papéis da Allos, vendo a notícia como positiva, pois a gestão continua focada em desbloquear valor por meio de vendas de ativos agregados.