A Randoncorp, antiga Randon, firmou contrato, por meio de sua subsidiária Suspensys, com uma das maiores montadoras de caminhões e ônibus do Brasil, para a fabricação e o fornecimento de eixos dianteiros para toda sua linha de veículos comerciais.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:RAPT3) (BOV:RAPT4) nesta quarta-feira (18).
Para atender o fornecimento, a transação envolve a aquisição de ativos e a construção de uma nova fábrica em Mogi Guaçu, São Paulo, com previsão de início de operação no primeiro trimestre de 2025.
A expectativa é que o negócio gere receitas adicionais de até R$ 7 bilhões em 10 anos, durante a vigência do contrato.
A Randoncorp destacou que esse movimento fortalece a estratégia de longo prazo da Suspensys, adiciona uma gama de produtos inédita ao seu portfólio e amplia sua presença no mercado OEM, reforçando sua parceria com uma grande montadora global com atuação no Brasil.
A conclusão da operação está sujeita a condições precedentes previstas em contrato, incluindo a aprovação pelo Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
Em breve análise, o Bradesco BBI apontou esperar uma reação positiva do mercado, já que este novo contrato exigirá que a Suspensys adicione eixos dianteiros ao seu portfólio de produtos.
“A dimensão deste contrato e o fato de que irá produzir um novo eixo dianteiro para uma OEM (Original Equipment Manufacturer, ou Fabricante Original do Equipamento em Português) global confirmam a Suspensys como um fornecedor de autopeças de classe mundial”, apontam os analistas.
O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autoridade antitruste brasileira, o que, na visão dos analistas do banco, sugere que a Randon não alterará seu guidance de investimentos para 2023.
De acordo com as suas estimativas, a Randon poderia alcançar um retorno do projeto acima de 18% (R$, em termos reais), resultando em um valor de R$ 0,20 por ativo RAPT4. O BBI mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a Randon, com preço-alvo para 2024 de R$ 15,00.
JPMorgan
Ao destacar que a expectativa da empresa é que o contrato gere R$ 7 bilhões em receitas adicionais durante 10 anos, a partir do primeiro trimestre de 2025 (1T25), o JPMorgan aponta que o cálculo final implica que este contrato potencial tem um Valor Presente Líquido (VPL) entre R$ 230 milhões e R$ 330 milhões ou entre R$ 0,70 a R$ 1,00 por ação, representando entre 7% e 9% do preço atual das ações da Randoncorp.
“Vemos o anúncio como positivo, já que a gestão da Randoncorp continua em busca de novos caminhos de crescimento fora de seu tradicional segmento doméstico de reboques e caminhões-reboques, que representou cerca de 37% da receita no 1S23 versus a divisão de Autopeças com cerca de 27%”, avalia. O banco tem recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para RAPT4, com preço-alvo de R$ 16.