O Morgan Stanley reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para ação da Porto, uma vez que a seguradora está preparada para colher benefícios enormes de melhores fundamentos para vendas de carros novos, melhoria de sinistros, reprecificação de ventos favoráveis e alavancagem operacional. O preço-alvo é de R$ 35, o que implica em um potencial de valorização de 31,3% frente a cotação de fechamento da última sexta-feira (9) de R$ 26,65.
Além disso, o banco vê as condições adequadas para uma recuperação do rendimento líquido do investimento este ano, e acredita que este se revelará defensivo face à queda das taxas em 2024 e 2025, considerando que: a carteira de investimentos não é tão sensível às taxas como costumava ser ser; os resultados de previdência se beneficiam de uma inflação mais baixa e estável; as receitas de prestações de seguros estabilizaram à medida que a concorrência e os preços se tornaram racionais e deverão recuperar graças ao forte crescimento dos prémios e à melhor acessibilidade à medida que as taxas caem; e os custos de financiamento na operação de aluguel de automóveis se beneficiam de taxas mais baixas”.
O time de análise do Morgan também cita a expansão para novos setores de rápido crescimento (crédito, cuidados de saúde e serviços) que proporciona resiliência dos lucros à queda das taxas e permite o crescimento do lucro por ação e a expansão do retorno sobre patrimônio líquido (ROE) a longo prazo.
Com relação aos resultados do 4T23, o Morgan espera que o lucro líquido fique ligeiramente abaixo do consenso de R$ 630 milhões em 3-5%. Já os resultados de subscrição caíram 14% trimestralmente – os prêmios ganhos aumentaram 1% trimestralmente, o índice de sinistralidade aumentou 3,5 pontos percentuais (pp) trimestralmente para 52,3% e o índice de comissões aumentou 0,7 pp trimestralmente para 22,2%.
Diante disso, o banco reduziu sua estimativa de lucro líquido para o 4T23 em apenas 1%, para R$ 609 milhões, ainda implicando em um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) atrativo de 21%.
Por fim, o Morgan ressalta que vender a ação da Porto Seguro (BOV:PSSA3) antes ou durante os ciclos de flexibilização não foi a melhor estratégia de investimento.
O Morgan está otimista, mas outras casas mostram maior cautela com a ação, como foi o caso do Santander, que cortou a recomendação de equivalente à compra para neutra no fim de janeiro. O Santander vê limitadas perspectivas de crescimento até 2024, principalmente no segmento de seguros de automóveis. Na mesma linha, o JPMorgan reforçou recomendação neutra para as ações, apontando ver preocupações recentes no mercado no segmento auto. No ano, as ações caem cerca de 8%.
De acordo com compilação LSEG, em janeiro de 2024 havia 7 recomendações de compra e 2 de manutenção; já atualmente, o cenário é de maior divisão, com 5 recomendações de compra e 4 de manutenção.