A Boeing (NYSE:BA) anunciou uma série de ações para conter custos enquanto enfrenta uma greve prolongada em seu principal centro de operações próximo a Seattle. Essas medidas incluem o congelamento de contratações e licenças temporárias para vários funcionários, conforme descrito pelo diretor financeiro Brian West em um memorando interno. Ele ressaltou que as medidas são necessárias para apoiar a recuperação da empresa.
A Boeing também é negociada na B3 através da BDR (BOV:BOEI34).
Além do congelamento de contratações, a Boeing suspenderá viagens não essenciais e pausará aumentos salariais associados a promoções. As ações também incluem a redução de despesas com shows aéreos e doações de caridade, além de cortes significativos nos gastos com fornecedores. Isso afetará diretamente os programas de produção dos jatos 737, 767 e 777.
A greve, que envolve cerca de 33.000 trabalhadores representados pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, foi motivada pela rejeição de uma proposta de aumento salarial de 25% ao longo de quatro anos. A paralisação está impactando diretamente as operações da Boeing em Puget Sound, com a produção reduzida.
West destacou que a greve coloca em risco a recuperação financeira da Boeing, que já enfrenta dificuldades desde o acidente com o 737 Max em 2019. As negociações entre a empresa e o sindicato estão previstas para continuar, mas os líderes sindicais alertaram que a greve pode durar muito tempo, intensificando os desafios para a fabricante de aeronaves.
O impacto financeiro da greve é significativo, com analistas estimando que a Boeing está perdendo cerca de US$ 500 milhões por semana devido à paralisação. A situação já delicada da empresa, que tem uma dívida de US$ 58 bilhões, torna as medidas de contenção de custos ainda mais urgentes para preservar seu caixa e proteger suas operações futuras.
Outra medida tomada pela Boeing é a eliminação de viagens de primeira classe e classe executiva, mesmo para executivos seniores, além de cortes em eventos de equipe. A empresa também está liberando contratados não essenciais como parte do esforço para reduzir despesas em meio à crise.
A classificação de crédito da Boeing também está sob risco, com agências como S&P Global Ratings, Fitch Ratings e Moody’s indicando que um rebaixamento pode ocorrer se a greve se prolongar. Manter a classificação de crédito é fundamental para a Boeing, já que um rebaixamento a tornaria mais dependente de financiamentos de alto risco, aumentando os custos de refinanciamento.
A S&P alertou que, embora uma greve de curta duração possa ser gerenciada, uma paralisação mais longa pode ter impactos severos na estabilidade financeira da Boeing. As classificadoras de crédito já mantêm a empresa a apenas um nível acima do grau especulativo, o que aumenta a pressão para a Boeing encontrar uma solução rápida.
A Boeing possui US$ 4 bilhões em dívidas vencíveis em 2025 e outros US$ 8 bilhões em 2026, o que aumenta a urgência de manter sua classificação de crédito intacta. O financiamento de dívidas em mercados especulativos é significativamente mais caro, com maiores taxas de juros e um grupo menor de investidores.
Em meio a essa crise, a Boeing está reavaliando sua estrutura de capital para garantir que possa honrar suas obrigações de dívida nos próximos 18 meses. A prioridade da empresa é manter sua solvência enquanto navega pela greve e pelas incertezas financeiras que ameaçam seu futuro a curto prazo.