B3 amplia mercado de derivativos e lança opções ligadas a decisões de juros globais. Foco em Estados Unidos, Europa e México

A B3 (BOV:B3SA3) anunciou na quarta-feira (17/12) o lançamento de três novos contratos de opções vinculados à política monetária internacional. Os instrumentos permitem a negociação das decisões de juros dos Estados Unidos, da Europa e do México. A iniciativa segue o mesmo modelo das opções de Copom, introduzidas pela bolsa de valores brasileira em 2020, e representa uma ampliação relevante do portfólio de derivativos de juros disponível ao mercado.

Segundo a B3, os novos contratos foram desenvolvidos para atender à demanda por instrumentos que possibilitem negociar, de forma simples e direta, as expectativas em torno de decisões de política monetária com impacto direto sobre a economia global. Além da função de negociação, as opções também atuam como um indicador das expectativas dos investidores em relação aos movimentos das taxas básicas dessas economias.

O funcionamento das opções replica a lógica das opções de Copom. O investidor assume posição de acordo com sua expectativa de manutenção, alta ou corte dos juros e negocia um prêmio que varia entre 0 e 100 pontos. Esse valor representa a probabilidade atribuída pelo mercado ao cenário negociado. Caso a decisão anunciada pela autoridade monetária coincida com a aposta, o titular recebe 100 pontos. Caso contrário, o resultado financeiro fica restrito ao prêmio negociado.

A negociação dos contratos ocorre até o encerramento do pregão do dia em que a decisão de juros é divulgada, com vencimento no dia útil seguinte. A B3 informou ainda que mantém mapeados 22 novos produtos no mercado de derivativos para lançamento entre 2026 e 2027, após ter entregue 19 novos produtos ao longo de 2025, reforçando a estratégia de diversificação e sofisticação do mercado local.

Do ponto de vista de mercado, a ampliação do portfólio de derivativos tende a aumentar a liquidez e a profundidade do mercado de juros, oferecendo novas ferramentas de hedge e posicionamento para investidores institucionais e individuais. A possibilidade de negociar expectativas sobre decisões de juros internacionais pode influenciar a dinâmica do mercado de ações, do câmbio e dos títulos públicos, especialmente em momentos de maior incerteza sobre a política monetária global.

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