Presidente da Eletrobrás espera capitalização em 12 meses e valor acima de R$ 12 bi
30 Janeiro 2019 - 10:38AM
ADVFN News
A Eletrobrás (BOV:ELET6) está reelaborando o
projeto de capitalização e reestruturação da empresa com o governo
Bolsonaro e deverá concluir a operação em 12 meses, espera o
presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior. Segundo ele, o valor
que a empresa deverá captar no mercado deve superar os R$ 12
bilhões estimados inicialmente pela empresa.
“Quando fizemos a primeira estimativa, a empresa valia R$ 25
bilhões e o valor captado ficaria em R$ 7 bilhões, mas a empresa se
valorizou e o valor subiu para R$ 12 bilhões”, explicou, durante
apresentação em evento do banco Credit Suisse. “Mas agora, a
empresa já vale R$ 42 bilhões e com os R$ 12 bilhões passaria a
valor R$ 54 bilhões, e a fatia do governo cairia de 63% para
exatamente 49%, como queremos”, explicou.
“Então, neste momento, idealmente, a captação tem de ser maior
que esses R$ 12 bilhões”. O objetivo, diz o executivo, não é só
mudar a estrutura da empresa com a entrada de um novo sócio, mas
garantir investimentos e reduzir a participação do governo para
menos de 50%.
A capitalização depende, porém, de um acordo entre os
participantes do mercado para dividir as perdas iniciais que a
reestruturação do setor trará. Hoje, o projeto de lei proposto pelo
governo estabelece que os ganhos sejam divididos entre os
investidores, o governo e os consumidores, via redução de
tarifas.
“Mas todos terão de ceder alguma coisa, geradores,
distribuidores, governo, para chegarmos a uma solução”, explicou. A
proposta é que a Eletrobrás se concentre em geração, transmissão e
comercialização de energia. Mas isso só será possível com a revisão
da atual forma como os preços são calculados, em especial o risco
hidrológico, ou GSF, que é o risco de chuvas afetar as represas e
reduzir o fornecimento de energia das geradoras.
Hoje, esse risco entra no cálculo e encarece as tarifas, criando
as bandeiras verde, amarela e vermelha paga nas contas de luz.
“Minha prioridade hoje é o GSF, pois ele impede o desenvolvimento
do mercado livre de energia e desencoraja o investimento e cria
problema para o consumidor”, disse. “A tarifa de energia subiu 70%
acima da inflação nos últimos 10 anos e isso foi por causa do risco
hidrológico”, acrescentou. Para ele, será preciso que cada
participante do setor assuma parte dessa perda para que ela não
fique apenas com o consumidor.
Outro fator importante será a conclusão da usina nuclear de
Angra 3. Segundo Ferreira Júnior, a empresa está em contato com
grandes empresas internacionais do setor para encontrar um parceiro
para concluir o projeto. “Não queremos apenas um investidor,
precisamos de tecnologia, como foi com Angra I e II que tiveram a
Siemens como parceira”, disse. Segundo o presidente da Eletrobrás,
se estivesse em funcionamento, Angra 3 permitira uma redução nas
contas de luz de cerca de 1,5%. “É uma usina importante, pois está
próxima de São Paulo, Rio e Belo Horizonte”, disse.
A Eletrobras deve ainda retomar o programa de venda de ativos.
“Não vendemos tudo que queríamos no ano passado”, disse. Segundo
ele, das 178 Sociedades de Propósito Específico (SPE) que a
Eletrobrás tinha, a meta era ficar com 53. “Vendemos 77 e faltam
ainda vender cerca de 50”, disse.
Ele disse ainda que a empresa está estudando trocar emissões no
exterior por papéis no mercado local. “Hoje temos ofertas de bancos
locais com taxas menores e prazos maiores que os do mercado
externo”, afirmou. Segundo ele, a empresa tem dois papéis vencendo
este ano no exterior e vai anunciar hoje ou amanhã uma proposta
para captação via bancos locais.
ELETROBRAS PNB (BOV:ELET6)
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