Abegás: contratação de usinas térmicas a gás da MP da Eletrobras, pode garantir economia de R$ 8 bilhões para consumido...
15 Junho 2021 - 10:47AM
ADVFN News
Estudo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de
Gás Canalizado (Abegás) afirma que a contratação de usinas térmicas
a gás natural, prevista na Medida Provisória 1.031/21, da
privatização da Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6), vai
garantir uma economia de R$ 8 bilhões para consumidores de energia
elétrica, com impacto nas tarifas da ordem de 3,3% no mercado
regulado e de 5% no mercado livre.
O documento é divulgado às vésperas da possível votação da
proposta da MP no Senado, marcada para a próxima quarta-feira,
16.
A inclusão da contratação de termelétricas a gás natural em
leilões de reserva de capacidade, conforme previsto na MP, vem
sendo criticada pela maioria do setor elétrico, já que além de
prever a contratação de 6 gigawatts (GW) compulsórios em térmicas,
também indica os locais que deveriam ser construídas: Norte,
Nordeste e Centro-Oeste. A obrigação, dizem agentes do mercado, vai
na contramão da modernização do setor, que visa estimular a
competitividade.
Já para a Abegás, por serem 70% inflexíveis, ou seja, de uso
constante, as térmicas mais caras, despachadas pelo Operador
Nacional do Sistema (ONS), não seriam mais usadas, trazendo
economia para a operação. De acordo com o estudo, a economia com a
contratação de 6 GW em térmicas a gás, com fator de capacidade
mínimo de 70%, pode chegar a algo próximo de R$ 21 bilhões,
enquanto a despesa no mesmo período corresponde a algo próximo de
R$ 13 bilhões, resultando na economia de R$ 8 bilhões. O estudo
leva em consideração um cenário com base no histórico de fatores
hidrológicos que culminaram com uma seca histórica em reservatórios
de usinas hidrelétricas.
“O nível de água dos reservatórios, em média, vem baixando nos
últimos 10 anos, principalmente desde 2014. E a falta de água pode
comprometer a segurança de abastecimento, uma vez que a fonte
hidráulica tem mais de 60% da matriz elétrica brasileira. A melhor
maneira segura de corrigir isso são as térmicas a gás natural”,
defende o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
Para ele, a contratação dessas térmicas pode ser um sinal
econômico importante para atrair novos negócios, além de promover a
integração do setor elétrico com o setor de gás natural.
“É consenso que a população e o setor de produtivo não podem
atravessar essa década sob a ameaça de um apagão ou de racionamento
de energia. O simples temor de falta de energia pode travar
investimentos. Seria péssimo que o Brasil comprometa sua retomada
de crescimento econômico”, diz Salomon.
Para calcular a economia, o estudo considerou as despesas com a
contratação das térmicas e uma valoração dos diversos benefícios
diretos e indiretos em condições existentes no período de janeiro
de 2020 a abril de 2021. A despesa anual pela contratação das
termelétricas corresponde a aproximadamente R$ 13 bilhões. No
entanto, o benefício apurado atingiria algo em torno de R$ 21
bilhões.
“Se a proposta da MP estivesse em vigor desde janeiro de 2020,
os consumidores teriam economizado mais de R$ 20 bilhões e os
reservatórios teriam sido preservados, afastando definitivamente os
riscos à segurança energética do País”, afirma o diretor de
Estratégia e Mercado da Abegás, Marcelo Mendonça. “Somente os
despachos Fora do Mérito Energético (FOM) para atendimento
energético, nos últimos 12 meses, somaram quase R$ 9 bilhões”,
afirma Mendonça.
Segundo ele, a energia requerida competitiva proveniente das
térmicas a gás com alto fator de capacidade, quando colocada no
mercado (ACR/ACL), pode chegar a R$ 150/MWh com a nova receita por
capacidade.
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