A Vivara, varejista do setor joalheiro, reportou lucro líquido
de R$ 38,571 milhões no primeiro trimestre de 2023, uma queda de
16% na comparação com igual período de 2022. Em termos ajustados,
houve uma alta do lucro de 6% na mesma base comparativa, para R$
48,658 milhões.
O ebitda – lucro antes de juros,
impostos, amortização e depreciação – foi para R$ 80,119 milhões,
um avanço de 13%, enquanto em termos ajustados foi a R$ 58 milhões,
alta anual de 13,3%. A margem Ebitda caiu 0,6 ponto percentual
(p.p.), para 20,5%, enquanto a ajustada caiu 0,4 p.p., a 14,8%.
A receita líquida, por sua vez, subiu 16,1% na base anual, para
R$ 391,628 milhões.
A receita bruta (líquida de devoluções) foi de R$ 487,5 milhões,
crescimento anual de 18,7%, com crescimento da participação da
categoria Life, que representou 34,5% das vendas totais, uma
expansão de 5,2 p.p., na comparação com o
1T22.
O desempenho é explicado pelo crescimento de vendas mesmas lojas
(SSS de lojas físicas + e-commerce) que atingiu 11,4%; e pelo
aumento de 18,9% de área de vendas nos últimos 12 meses,
afirma.
As Vendas Mesmas Lojas (SSS) refletiram o bom desempenho de
todos canais, segundo a empresa. Além das novas lojas, foram
excluídas do SSS as lojas em reforma ao longo do trimestre.
Especificamente no 1T23, a companhia fechou, parcialmente, 14 lojas
maduras da Vivara.
Além disso, “o reflexo do aumento da participação de Life foi
observado na margem bruta da companhia, que atingiu 69,6%, no
1T23”, aponta a empresa, destacando o avanço anual de 2 p.p. da
margem.
Segundo a Vivara, no trimestre, houve pressão de Despesas de
Vendas e Gerais e Administrativas, como efeito da expansão
acelerada de lojas e aumento da estrutura administrativa ao longo
de 2022.
As Despesas com Vendas aumentaram 18,7%, a R$ 135 milhões, com
pressão de 0,8 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior,
impactadas, principalmente, pelo aumento das despesas de aluguel em
razão da aceleração do plano de expansão, com maior relevância de
lojas exclusivas da marca Life que tem custo de ocupação superior à
média do parque, além de um volume expressivo de 31,2% do parque
ainda em maturação; pelo reajuste das operadoras de cartão de
crédito e o maior nível de parcelamento médio e pelo maior volume
de despesas com manutenção de loja, registrado na linha de serviço
de terceiros.
“Além dos efeitos mencionados, a maior relevância das vendas
digitais na comparação dos períodos acarretou aumento de despesa de
frete e impostos de taxas”, destacou.
Já as Despesas Gerais e Administrativas cresceram 37,5%, para R$
58,34 milhões, o equivalente a 14,9% da receita líquida do
trimestre. A desalavancagem operacional de 2,3 p.p. reflete,
segundo a empresa, o aumento de 34,1% nas despesas de pessoal, em
virtude do aumento do quadro de funcionários nos últimos 12 meses,
bem como pela inflação acumulada do período, além do acúmulo do
segundo ano do plano de incentivo de longo prazo, que teve inicio
no final de 2021; o incremento de 38,5% nas despesas de serviços de
terceiros, impactado por efeitos não recorrentes que totalizaram R$
2,6 milhões, referente, principalmente, a honorários de sucesso de
advogados para processos de eliminação de riscos fiscais de
processos de 2012 a 2014; e o aumento das Outras Despesas
Administrativas, impactadas por serviços adicionais de manutenção
predial e segurança da nova sede.
No 1T23, os investimentos totalizaram R$ 44,0 milhões, 84,5%
maior que os investimentos do 1T22. Os principais investimentos do
período foram a inauguração de novas lojas Vivara e Life; o aumento
de reformas para melhoria e modernização do parque de lojas,
adequando operações aos novos layouts de lojas; investimento de
implantação da nova fábrica e; pelos investimentos restantes na
nova estrutura administrativa.
No 1T23, o Endividamento Bruto ficou praticamente estável,
quando comparado a dezembro de 2022, com queda de 1,4%, para R$
221,95 milhões. O caixa líquido do período foi menor em 27,1%, para
R$ 114,9 milhões, em razão da maior alocação em capital de giro e
maior volume de investimentos do período.
A Vivara consumiu R$ 36,0 milhões de caixa livre no 1T23, R$
31,9 milhões a menos do consumo registrado no mesmo período do ano
anterior, refletindo a menor alocação em capital de giro do
período.
Os resultados da Vivara (BOV:VIVA3)
referente suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 05/04/2023.
Teleconferência
Na teleconferência de resultados, os executivos da empresa
comentaram os highlights do período entre janeiro e março.
“A Life está sendo uma grata surpresa. Está performando acima do
planejado e isso nos dá muito conforto para crescer ainda mais no
modelo. Temos visibilidade maior do futuro e o que será a marca”,
falou o diretor executivo (CEO) da companhia, Paulo Kruglensky.
Quanto aos gastos, o diretor financeiro (CFO) da Vivara, Otavio
Lyra, comentou que os próximos trimestres devem trazer alguma
normalização, uma vez que o primeiro foi marcado por um número alto
de reformas. Além disso, quando a empresa desacelerar em sua
expansão, eles também aguardam uma melhora de margens.
VISÃO DO MERCADO
Itaú BBA
“Começando 2023 em alta. A Vivara apresentou outro sólido
conjunto de resultados trimestrais, superando nossas projeções para
as margens bruta e Ebitda [lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização, na sigla em inglês] em 90 pontos-base e
80 pontos-base, respectivamente”, disse a equipe do Itaú BBA,
chefiada por Thiago Macruz.
A receita bruta da Vivara cresceu 18,7% na base anual, para R$
487,5 milhões, impulsionada principalmente pelo avanço da empresa
na Life, seu segmento de prata – que teve sua receita crescendo
39,9% na mesma base, chegando a R$ 168 milhões. A margem bruta
ficou em 34,5%.
“Life se destacou novamente, com crescimento anual de 39,9% na
receita, apoiada por 42 novas lojas próprias nos últimos 12 meses.
Como resultado, a margem bruta expandiu, enquanto maiores despesas
com vendas, gerais e administrativas (SG&A, na sigla em
inglês), principalmente devido ao plano de expansão, levaram a uma
ligeira contração da margem Ebitda”, fala o time do banco
brasileiro.
JP Morgan
“A Vivara reportou bons resultados no primeiro trimestre, com o
lucro apoiado por boas tendências operacionais. Os resultados foram
sustentados por um mix de margens mais rico, com vendas da Life
mais altas, enquanto a expansão acelerada e serviços terceirizados
continuaram a pesar no SG&A”, fala o time do JP Morgan,
liderado por Joseph Giordano.
Santander
O Santander, em relatório assinado por Eric Huang, vai na mesma
linha.
“A expansão da Life continuou a impulsionar o crescimento da
marca. O crescimento total das vendas foi de 16% ao ano, em linha
com a nossa projeção e com o consenso. Margem bruta foi o destaque
do trimestre. Por outro lado, a lucratividade foi prejudicada pela
rápida expansão e desalavancagem operacional de um trimestre
sazonalmente mais fraco”, disseram.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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