A Cielo recebeu pedidos formulados por acionistas titulares, em conjunto, de mais de 10% das ações em circulação, para convocação de assembleia especial.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:CIEL3) nesta quarta-feira (21).

O objetivo é deliberar sobre a realização de nova avaliação para determinação do valor das ações ordinárias de emissão da companhia, no âmbito da oferta pública unificada anunciada pelos controladores da companhia no começo de fevereiro, visando à conversão de registro de companhia aberta da categoria “A” para “B” e à saída do Novo Mercado.

O conselho de administração da Cielo irá se reunir para apreciar os pedidos recebidos e deliberar sobre o tema.

No começo do mês, a Cielo informou que foi comunicada por seus acionistas controladores – Banco do Brasil e Bradesco – sobre a decisão dos mesmos de procederem com uma OPA a um preço de R$ 5,35 por ação.

“O conselho de administração da companhia irá se reunir tempestivamente para apreciar os pedidos recebido”, afirmou a empresa de meios de pagamentos em fato relevante com data de quarta-feira enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no qual publicou a carta dos minoritários.

Os acionistas, detentores de mais de 10% do capital social da Cielo, afirmam na correspondência que o laudo produzido a pedido dos controladores pelo Bank of America trouxe inconsistências de metodologia e afirmam que o preço da oferta deveria ser fixado em R$ 8,61.

Os minoritários veem inconsistências principalmente quanto à alíquota de Imposto de Renda; ao valor de investimento próximo ao da depreciação e amortização na perpetuidade; ao aumento de custo em 2024 por expansão da força comercial e sem contrapartida em receita; e ao não usar metodologias de comparações com companhias semelhantes.

O grupo, formado pelas gestoras Encore, Clave, Mantaro Capital, Ibiúna, XP Gestão e AZ Quest, pede que o conselho de administração da Cielo aprove em no máximo oito dias a convocação da assembleia para deliberar sobre o novo laudo e indicam o Banco Safra para a sua realização.

Em comentários recentes, os presidentes-executivos do BB e do Bradesco se mostraram otimistas com sucesso da oferta, que veem como um movimentoestratégico, a fim de ter mais liberdade e uma atuação maisassertiva no mercado de adquirência. A Cielo é a única empresa de meios de pagamentos listada na B3.

Analistas do UBS BB calculam que, se o conselho da Cielo aceitar a solicitação, a assembleia especial deve ser anunciada para as próximas semanas.

Na assembleia, acrescentam, pelo menos metade dos acionistas minoritários participantes deverá aprovar o pedido de novo laudo de avaliação, indicando a instituição para a tarefa, que terá prazo de 30 dias. Caso não seja aceita, a OPA atual prosseguirá normalmente. Caso aceita, o novo laudo deverá sair em 30 dias.

A equipe do UBS BB também afirmou que, caso o novo laudo de avaliação apresente preço por ação igual ou inferior, a OPA prosseguirá normalmente.

Caso apresente um preço superior à proposta inicial, as empresas proponentes têm até cinco dias para decidir se mantêm a oferta com novo preço ou cancelam a proposta. “Enquanto isso, os acionistas controladores poderão oferecer um novo preço, caso queiram”, citaram os analistas.

Desde o anúncio da OPA, no dia 5 de fevereiro, as ações da Cielo acumularam uma alta de quase 8% até a véspera. Nesta sessão, eram negociadas a R$ 5,26, com decréscimo de 0,19%, por volta de 14h15, enquanto o Ibovespa subia 0,15%.

Informações Reuters
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