Vivara: analistas recomendam compra, mesmo com dúvidas sobre a possibilidade de recuperação da companhia
28 Agosto 2024 - 4:38PM
ADVFN News
Após turbulências com trocas de CEO em 10 dias, analistas tinham
dúvidas sobre a possibilidade de recuperação da Vivara. A joalheria
enfrentou queda de cerca de 14% após troca de comando de Paulo
Kruglensky para Nelson Kaufman, fundador da empresa.
Com a repercussão negativa do mercado, o fundador voltou atrás e
o CFO da companhia assumiu, Otavio Lyra, assumiu. O efeito
negativo, contudo, já havia se consolidado e a governança passou a
ser questão para investidores da companhia. Os papéis chegaram a se
recuperar, em parte, após resultados acima do esperado serem
apresentados no 2T24. As ações da Vivara subiram 7% na ocasião.
Agora analistas parecem considerar que a companhia voltou ao
lugar certo. O Morgan Stanley, ao iniciar cobertura do papel,
classificou o nome como overweight (peso superior, similar à
compra). O banco considera que o papel tem 18% de potencial de
alta, com preço-alvo em R$ 32.
Alguns fatores parecem impulsionar a expansão da margem de lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na
sigla em inglês) como a maturação de lojas, otimização de despesas
e os avanços para a bandeira Life. Além disso, o banco considera
que a companhia está descontada em termos ajustados ao
crescimento.
“A Vivara se destaca como uma das principais empresas em termos
de retorno líquido em ativos operacionais (RNOA, na sigla em
inglês) entre nossa cobertura, e vemos espaço para expansão, com
previsão de aumento do RNOA para cerca de 25% até 2028 (contra
cerca de 22% em 2023)”, afirma o Morgan.
A bandeira Life se destaca como uma das principais vias de
crescimento para a Vivara (BOV:VIVA3). Mesmo com apenas 3% de
participação no mercado brasileiro, a marca parece trilhar um longo
caminho para consolidação mas comparações com cases internacionais
apontam para potencial ganho de participação.
“Vemos um efeito positivo na lucratividade à medida que o
formato Life, que possui uma margem bruta mais alta, ganha mais
relevância na mistura de receitas; prevemos que essa bandeira
representará 32% da receita em 2028 (contra 15% em 2023), com
margens brutas consolidadas expandindo cumulativamente 140
pontos-base (bps) até 2028, alcançando 70,7%”, sustentam os
analistas.
A expectativa para a varejista de joias é de aumento de receita
líquida em 17% na comparação anual em 2024, com taxa de crescimento
anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 14% entre 2023 e
2028.
Alguns pontos ainda requerem atenção, como o giro dos estoques,
com cerca de 420 dias de inventários da Vivara significativamente
acima da média de varejistas globais de joias. No entanto, o
potencial ganho de eficiência nessa frente também pode funcionar
como alavanca para expansão do RNOA.
Além disso, o banco sustenta a possibilidade de dois cenários.
No mais otimista deles, a companhia chegaria a um crescimento
rápido da marca Life e poderia apresentar expansão internacional.
Isso poderia agregar cerca de R$ 4 por ação.
No pessimista, a trajetória se tornaria mais desafiadora para
ganho de participação de mercado e, por isso, o caminho para
expansão do RNOA seria impactado. A análise não detalha qual seria
o número mas considera que isso poderia pesar no múltiplo de
negociação.
Risco é a consistência
A visão do Bradesco BBI também é positiva, em especial após
roadshow. A análise sustenta que a companhia trouxe confiança na
remodelação do negócio e, por consequência, na aceleração de
crescimento e melhorias de margem. A expectativa dos analistas é de
aceleração de crescimento de vendas em 20 a 25% na base anual no
3T24. Ainda assim, o BBI faz a ressalva de que ainda é cedo pra
saber se as mudanças não apresentarão efeitos colaterais nos
fundamentos da companhia. Isso só poderia ser devidamente estimado
em meados de 2025. O principal risco da tese, no momento, é a
consistência.
“Acreditamos que VIVA3 oferece a assimetria de curto prazo mais
atraente dentro de nossa cobertura de consumo discricionário, com
maior expectativa de ganhos garantida tanto pela revisão das
projeções de lucros, quanto pela reclassificação”, afirmam os
analistas. Na visão do BBI, a companhia apresenta mesmo múltiplo de
pares, com melhores perspectivas de crescimento e retornos
superiores. Os analistas do BBI possuem recomendação outperform
(desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com
preço-alvo de R$ 33.
Recentemente, Itaú BBA e XP Investimentos reiteraram
recomendação de compra para os ativos VIVA3.
Informações Infomoney
VIVARA ON (BOV:VIVA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2024 até Dez 2024
VIVARA ON (BOV:VIVA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2023 até Dez 2024