Com a fraqueza da economia chinesa, o que esperar das ações da Vale?
18 Setembro 2024 - 11:48AM
ADVFN News
De olho no noticiário micro da Vale, o Bradesco BBI reforçou
recomendação equivalente à compra (outperform, desempenho acima da
média do mercado) para as ações da companhia, ainda que tenha
reduzido levemente o preço-alvo de R$ 78 para R$ 77 em 2025 (ainda
um potencial de alta de 32% para os ativos).
Embora tenha reduzido sua estimativa de lucro antes de juros,
impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês)
para 2025 para US$ 17,9 bilhões, devido aos preços mais baixos do
minério de ferro e níquel, observa que o desempenho operacional
geral da empresa melhorou.
O banco vê VALE3 negociando a 3,7 vezes o múltiplo EV (valor da
firma)/Ebitda para 2025.
“Destacamos também que a demanda sazonalmente mais forte na
China (começando em meados de setembro) e novas melhorias nos
fundamentos podem ser os catalisadores a serem observados no curto
prazo”, avalia o banco.
Entre a percepção de melhora destacada recentemente, o BBI
aponta o anúncio do CEO (Gustavo Pimenta) antes do esperado e a
maior confiabilidade dos ativos mostrada durante o roadshow com
investidores da semana passada.
“Também saudamos a revisão para cima na orientação de produção
de minério de ferro da empresa para 2024, sua maior confiança em
atingir o nível de produção de 340 a 360 toneladas em 2026 e o tom
positivo da administração sobre o desempenho de custos”, avalia o
banco.
Com as ações da Vale (BOV:VALE3) apresentando fraca performance
nos últimos 12 meses (queda de 26% em dólares, contra recuo médio
de 9% dos pares globais), o dilema de comprar ou não a correção
surgiu como um debate importante para os investidores, ressalta a
equipe do banco.
Embora a Gerdau (BOV:GGBR4) continue sendo a sua preferida (top
pick) no setor de Siderurgia & Mineração, reitera visão
positiva para VALE3, esperando que a mineradora se beneficie da
demanda sazonalmente mais forte de minério de ferro na China e de
uma melhora adicional em seus fundamentos.
Por outro lado, o BTG Pactual ressalta não ter recomendação de
compra para as empresas do setor de mineração.
Na visão dos analistas do banco, os fundamentos do minério de
ferro permanecem fracos, sem nenhum sinal em nosso radar indicando
uma reversão de tendência.
A produção de aço está notavelmente deprimida (a produção de aço
bruto em agosto caiu 10% na base anual, bem abaixo das
expectativas), e o consumo aparente de aço está caindo cerca de 4%
no acumulado do ano, destacam os analistas.
O mercado imobiliário continua a ser um obstáculo à demanda
global, com o investimento em ativo fixo no setor imobiliário
caindo 10% no acumulado do ano e os decisores políticos até agora
incapazes de estabilizar o setor (os preços dos imóveis já estão
5,5% menores em termos anuais).
A oferta de minério de ferro no mercado marítimo permanece
robusta, com a Austrália e o Brasil superando as expectativas.
O BTG também nota que a Vale revisou para cima suas metas de
produção para 2024 pela primeira vez em anos. Enquanto isso, as
siderúrgicas na China estão operando com prejuízos relevantes e os
estoques de minério de ferro nos portos chineses estão elevados, o
que pode prejudicar o processo de reestocagem no curto prazo.
O BTG tem previsão de minério de ferro para 2025-26 de US$ 95/t
(tonelada) e US$ 85/t, respectivamente, mas vê riscos de
redução.
A questão principal agora reside nos cortes de capacidade em um
mercado com excesso de oferta, levantando questões sobre quem sairá
do mercado.
O banco estima que o custo marginal de produção atual esteja em
torno de US$ 85/t (versus o preço spot de US$ 92/t). Não temos
recomendação de compra no setor.
Enquanto isso, a Vale é negociada a 4,3 vezes o Ebitda esperado
para 2025 na visão do BTG, com rendimentos de dividendos de 6-7% e
riscos consideráveis de revisões negativas de lucro versus o
consenso. Já a CSN Mineração (BOV:CMIN3) continua sendo a
mineradora de minério de ferro mais cara do mundo, negociando acima
de 8 vezes o Ebitda esperado para 2025.
Cabe destacar que as ações da Vale caem cerca de 1% e da CSN
Mineração por volta de 5% nesta quarta-feira após os preços futuros
do minério de ferro registrarem sua maior queda diária em quase
dois anos na sessão, pressionados pelas perspectivas de maior
oferta global e pelo enfraquecimento da demanda chinesa por
aço.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na
Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as
negociações do dia com perda de 4,12%, a 675,0 iuanes (US$ 95,13) a
tonelada, marcando sua maior queda diária desde 31 de outubro de
2022. Os mercados chineses ficaram fechados na segunda e na
terça-feira devido a um feriado.
Informações Infomoney
GERDAU PN (BOV:GGBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
GERDAU PN (BOV:GGBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024