Cosan: de que maneira o IPO da Moove pode catalisar a criação de valor para os acionistas da controladora
20 Setembro 2024 - 1:21PM
ADVFN News
A Moove, subsidiária de lubrificantes da Cosan, entrou com
pedido de oferta pública inicial (IPO, na sigla inglês) nos EUA na
última segunda-feira (16). A expectativa do Bradesco BBI é que o
IPO seja concluído até o final deste ano ou início do próximo.
O BBI avalia que a controlada da Cosan (BOV:CSAN3) pode oferecer
aos investidores uma tese de crescimento e valor atraente, dada a
expansão contínua da empresa nos EUA e os pagamentos de
dividendos.
Os analistas do banco lembram que a Moove já pagou R$ 900
milhões aos seus acionistas em 2024, o que resultou em um
rendimento de 9,4%, e assumindo um payout (porcentagem do lucro que
é distribuída aos acionistas como proventos) de 100%, também
atingiria um rendimento alto de um dígito no próximo ano.
Para os acionistas da Cosan, o BBI aponta que há um aumento
material a ser capturado com o IPO da Moove, uma vez que a empresa
está provavelmente subvalorizada dentro das ações da Cosan em sua
estrutura.
Neste sentido, em relatório recente, o BTG Pactual destacou que,
há pouco mais de um ano, discutiu como as ações da Cosan haviam se
tornado difíceis de negociar devido à crescente complexidade e
alavancagem do grupo. Apesar dessas dificuldades, o valuation da
Cosan não refletia adequadamente a capacidade da holding de criar
valor por meio de ciclos de investimento, destacando que isso
poderia apresentar um ponto de entrada atraente.
Desde então, o fraco desempenho das ações da Vale, os resultados
um pouco mais fracos do que o esperado da Raízen e um ambiente de
taxas de juros menos favorável levaram as ações da CSAN3 a
apresentar um desempenho significativamente inferior ao do Ibovespa
(-31% desde fevereiro). Para o banco, que não menciona a Moove, os
IPOs estão entre as opções à mesa para melhorar a estrutura de
capital, reiterando recomendação de compra para CSAN3.
Expectativas pela operação
Os analistas do BBI esperam uma oferta predominantemente
primária para a Moove, mas o prospecto não especifica a avaliação
ou o tamanho pretendidos da oferta, nem se haverá uma oferta
secundária feita pela Cosan (participação de 70%) ou do seu
parceiro no ativo, o fundo CVC (participação de 30%).
De acordo com o processo protocolado nos EUA, a Moove, sediada
em São Paulo, continuará a ser controlada pela Cosan após a
listagem.
Em relação ao uso dos recursos, o prospecto afirma que a Moove
pretende usar os recursos para fins gerais, incluindo capital de
giro, e pode usar uma parte dos recursos líquidos para adquirir ou
investir em negócios, produtos, serviços e tecnologias.
No entanto, os BBI ressalta que a empresa ainda não tem um
acordo ou compromisso para qualquer aquisição ou investimento
material. Assim, os analistas acreditam que a empresa deve usar os
recursos para alavancar seu crescimento, tanto organicamente quanto
por meio de fusões e aquisições, com um provável foco na expansão
internacional, especialmente nos EUA, onde a empresa adquiriu a
Petrochoice por R$ 2,348 bilhões em maio de 2022.
Com relação a avaliação, o BBI projeta um múltiplo de 8 vezes
Valor da Firma (EV)/lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda) esperado para 2025 no IPO, o que implica um
desconto de 16% para a empresa americana Quaker (uma espécie de par
no setor).
Assim, o valor de mercado é baseado no múltiplo de 8 vezes
EV/EBITDA aplicado à estimativa de Ebitda de R$ 1,5 bilhão para
2025, subtraindo a dívida líquida atual de R$ 2,477 bilhões e
convertido para dólar pela taxa de câmbio de R$ 5,43.
A oferta da Moove é liderada pelo JPMorgan, Bank of America
(BofA), Citigroup, Itau BBA, BTG Pactual e Banco Santander. A
empresa planeja que suas ações sejam negociadas na Bolsa de Valores
de Nova York sob o ticker MOOV.
Informações Infomoney
COSAN ON (BOV:CSAN3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
COSAN ON (BOV:CSAN3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024