Em relatório, o Morgan Stanley destacou as suas preferências em ações de petroleiras juniores, apontando entre as brasileiras PRIO como a sua maior aposta entre as brasileiras (também recomenda a argentina Vista Energy), ante uma maior cautela com Brava Energia e PetroRecôncavo, pois acredita que a execução será mais relevante do que os preços do petróleo e a companhia oferece um rendimento de fluxo de caixa livre superior.

As três petroleiras juniores vêm enfrentando pressão nos últimos 12 meses devido a preocupações com a execução. Em média, as ações dessas companhias estão em queda de aproximadamente 30% no último ano, uma queda mais expressiva em relação ao petróleo Brent, que caiu 20% no mesmo período.

“Embora exista uma ligação natural com os preços do petróleo, o grupo historicamente negociou principalmente com base nas perspectivas de crescimento, que incluíam fusões e aquisições no passado e uma fase intensa de execução de projetos no presente”, comentam os analistas. “Em diferentes escalas, os três players brasileiros enfrentaram dificuldades, decepcionando nos últimos trimestres, o que nos levou a ajustar nossas estimativas de produção do grupo, alinhando-as com as reservas 1P (provadas, mais baixas no caso da Brava)”, ressaltam.

O Morgan Stanley atribui a performance negativa da PRIO (BOV:PRIO3) a desafios recentes de produção nos campos de Frade e Albacora, além de atrasos na licença ambiental do Wahoo e na autorização da ANP para a atividade de recuperação de poços.

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Com essas questões sendo, em sua maioria, superadas e a aquisição da participação no campo Peregrino, o Morgan acredita que a petroleira retomará sua trajetória de crescimento atraente, que, juntamente com um rendimento de fluxo de caixa livre de 27% no próximo ano, deve permitir uma execução ampliada do programa atual de recompra de ações e, potencialmente, o pagamento de um dividendo extraordinário.

Dessa forma, o Morgan reiterou recomendação de compra para PRIO e cortou levemente o preço-alvo de R$ 61 para R$ 60, ainda um potencial de valorização de 44% frente o fechamento da véspera.

Por outro lado, o banco optou por reduzir os preços-alvo da BRAV3 em 50% e RECV3 em 27%, aguardando uma melhoria na execução para ter uma visão mais positiva sobre o desempenho das ações.

Embora veja maior potencial de valorização nas ações da Brava (BOV:BRAV3), problemas sucessivos de execução em seu portfólio levaram o banco a se torna mais cético com o papel.

Segundo relatório, gatilhos importantes para Brava serão maior visibilidade sobre a estabilidade da produção em Papa Terra e a inicial aceleração da produção do FPSO Atlanta.

O Morgan manteve recomendação equivalente à compra (overweight, exposição acima da média do mercado), mas reduziu preço-alvo de R$ 50 para R$ 25 (ainda um upside de 45% frente o último fechamento).

Para a PetroRecôncavo (BOV:RECV3), o Morgan avalia que a diversificação do portfólio com movimentos inorgânicos e potenciais dividendos podem ser catalisadores, mas vê uma relação risco-recompensa mais estreita.

Embora ambas as ações ofereçam um potencial significativo de valorização em um cenário otimista, o banco atribui uma probabilidade muito baixa de que isso ocorra e acredita que os investidores não considerarão o potencial de surpresas positivas em sua estrutura de avaliação neste momento.

Os analistas cortaram o preço-alvo de R$ 27,50 para R$ 20,50, mas ainda assim mantiveram recomendação equivalente à compra e com potencial de valorização de 21%.

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