Analistas apontam preocupação excessiva com preços domésticos de combustíveis da Petrobras
12 Fevereiro 2025 - 5:01PM
ADVFN News
Muitos investidores ainda carregam antigos receios de uma época
(cerca de uma década atrás) em que a prática de definição de preços
domésticos de combustíveis, desvinculada da referência de paridade
de importação, impactou significativamente os resultados da
Petrobras. Assim, as manchetes sobre defasagem dos preços de
combustíveis em relação ao mercado internacional acabam por gerar
temor para os acionistas da estatal.
Porém, o Itaú BBA vê um excesso de preocupação com relação a
esse tema. Os analistas apontam que não é a política da empresa há
quase dois anos comparar os preços domésticos da Petrobras
(BOV:PETR3) (BOV:PETR4) apenas com a paridade de importação. Além
disso, na avaliação do banco, ao longo da última década, o contexto
da exposição da Petrobras aos mercados internacionais mudou
significativamente, levando o banco a acreditar que talvez
“tenhamos nos preocupado excessivamente com os preços domésticos
dos combustíveis”.
O BBA disse que recebeu positivamente a decisão da empresa
anunciada em 31 de janeiro de ajustar os preços do diesel e
acredita que isso reforçou a autonomia da Petrobras nesse tema. No
entanto, o BBA acredita que a abordagem usual e simplista de
associar um descompasso entre os preços domésticos de diesel e
gasolina à paridade de importação como um alerta para a governança
da empresa deve ser reconsiderada.
Nesse contexto, analistas citam oito pontos cruciais a serem
considerados ao avaliar o impacto do posicionamento da Petrobras em
relação aos preços domésticos na tese de investimento.
1- O banco avalia que diferentemente de dez anos atrás, a
estatal agora tem uma exposição positiva aos preços do petróleo,
como toda empresa do setor deveria ter.
2- Como uma companhia integrada, a Petrobras toma decisões
buscando a melhor solução para a empresa como um todo, e não para
operações isoladas.
3- A proteção natural entre as operações de upstream (exploração
e produção) e downstream (refino) ajuda a mitigar riscos associados
à volatilidade dos preços do petróleo.
4- O banco recomenda não se concentrar apenas nas manchetes,
pois considerar apenas o desconto em relação à paridade de
importação é insuficiente.
5- Não importa se os preços não mudam ao longo de um ano, desde
que sigam a política adotada.
6- “Talvez também tenhamos nos preocupado demais com o risco de
desabastecimento: os dados mostram que não houve interrupções nas
importações totais de diesel durante períodos de descompasso de
preços”, comenta.
7- Se houver uma necessidade clara de ajuste, a Petrobras o
fará, dizem os analistas. O banco comenta que embora frequentemente
surjam preocupações em relação à política de preços da estatal
sempre que os preços internacionais ou a taxa de câmbio apresentam
alta volatilidade, é importante reconhecer que a empresa tem
realizado os ajustes necessários sempre que houve uma indicação
clara para tais mudanças nos últimos anos.
8- Os diretores da Petrobras devem cumprir as políticas e
regulamentos dentro do arcabouço de governança da companhia, que
orienta a correta execução da política de preços. De acordo com as
diretrizes da Petrobras para a precificação de combustíveis no
mercado doméstico, a Diretoria Executiva deve buscar maximizar a
geração de valor para a companhia, sempre praticando preços
competitivos.
O Itaú manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de
R$ 49.
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