Ibovespa fecha em queda com baixo volume por feriado nos EUA; juro longo sobe

O Índice Bovespa fechou em queda de 0,95%, aos 61.395 pontos, com um dos menores volumes negociados do ano, de R$ 3,253 bilhões por conta do feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA. A média de volume no ano é de R$ 7,4 bilhões por dia e, em outubro, foi de R$ 8,8 bilhões.

Estrangeiros tiraram R$ 2,7 bi da bolsa no mês

A queda no volume pelo feriado nos EUA é mais que justificada, tendo em vista que os estrangeiros respondem por 51,6% do volume negociado neste mês na Bovespa e 52,4% na média do ano. Pessoas físicas representam 17,2% e institucionais, 24,7% no ano. Neste mês, os estrangeiros tiraram R$ 2,743 bilhões da Bovespa até dia 22, reduzindo o saldo no ano para R$ 14,773 bilhões.

Os destaques do dia foram as ações de commodities metálicas e bancos. Vale PNA (BOV:VALE5) (papel preferencial, sem voto, série a) liderou os negócios na bolsa, fechando em queda de 1,79%. O papel ON (BOV:VALE3) (ordinário, com voto) recuou 2%, apesar de o minério de ferro ter subido pelo terceiro dia seguido, 1,40%, para US$ 76,93 a tonelada na China. Na semana, o minério acumula alta de 9,37%. O cobre subiu hoje 2% no exterior.

Petrobras PN (BOV:PETR4), segundo papel mais negociado do dia, caiu 1,70% e o ON (BOV:PETR3), 1,35%, com o petróleo em pequena alta no exterior. Ontem, a empresa anunciou que fechou acordos para encerrar 11 ações de investidores nos EUA por perdas provocadas pelos desvios denunciados na Operação Lava Jato.

Pão de Açúcar lidera altas

A maior alta do dia entre as ações do Ibovespa foi Pão de Açúcar PN (BOV:PCAR4), com 6%. O grupo anunciou ontem que vai vender o braço de bens duráveis, a Via Varejo, dona das redes Casas Bahia, Ponto Frio e Eletro.

Em seguida ficou Marfrig ON (BOV:MRFG3), com 3,92%, Cyrela Realty ON (BOV:CYRE3), 3,12% e as ações da operadora de planos de saúde Qualicorp (BOV:QUAL3), com ganho de 2,49%. Ontem, a federação do setor informou que 1,5 milhão de pessoas deixaram de ter planos de saúde nos 12 meses encerrados em setembro.

BB cai 2,67%

As maiores quedas do índice foram lideradas por Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3), com -2,67%, influenciado pelos dados piores de crédito e de participação dos bancos estatais nesse segmento, divulgados hoje pelo Banco Central. Outras ações de bancos também caíram, como Itaú Unibanco PN (BOV:ITUB4), que perdeu 1,04%.

A segunda maior queda do Ibovespa foi de Usiminas PNA (BOV:USIM5), com 2,65%, seguida de Gerdau PN (BOV:GGBR4), 2,57% e Copel PNB (BOV:CPLE6), 2,48%. As siderúrgicas e a Vale tiveram fortes altas desde a semana passada, acompanhando a valorização do aço no exterior após a eleição de Donald Trump nos EUA, que deve estimular o investimento em infraestrutura.

Europa fecha praticamente estável

No exterior, as bolsas na Europa fecharam sem grandes oscilações, com o índice regional Stoxx 50 ganhando 0,28%. O Financial Times ganhou 0,17%, o DAX, de Frankfurt, 0,25%, o CAC, de Paris, 0,29% e o Ibex, de Madri, 0,34%. No México, o IPC fechou em alta de 0,24%.

O preço do petróleo teve pouca oscilação, com o tipo WTI negociado nos mercados futuros europeus em alta de 0,04%, a US$ 47,98 o barril. Já o tipo Brent, de Londres, subiu 0,10%, para US$ 49,00.

BC turco sobe os juros para segurar a lira

Ainda no mercado internacional, destaque para o impacto da alta dos juros americanos e do dólar diante das moedas emergentes. O banco central da Turquia elevou os juros inesperadamente pela primeira vez desde 2014, para impedir a queda da lira. A taxa de uma semana subiu de 7,5% para 8% ao ano e a de um dia, de 8,25% para 8,50% ao ano. A lira caiu 10% desde a última reunião do BC turco em outubro.

Na Índia, a rúpia atingiu um recorde de baixa diante do dólar pela saída de investidores por conta do receio de alta dos juros americanos e de políticas protecionistas que reduzam as exportações indianas para os EUA. O dólar saiu de 66 rúpias no começo de novembro para 68,865 rúpias por dólar. Já na Venezuela, o bolívar, também chamado pelo governo local de “forte bolívar”, já registrou queda de 45% neste mês diante do dólar.

Dólar fica estável e juros longos sobem

No mercado brasileiro, o dólar fechou praticamente estável, em alta de 0,05%, vendido a R$ 3,395 no mercado comercial. Já o dólar turismo subiu 0,56%, para R$ 3,56 para venda.

No mercado de juros, as taxas dos contratos futuros para janeiro de 2017 caíram ligeiramente, 0,002 ponto percentual, para 13,638% ao ano. Já para 2018, a projeção passou de 12,14% ontem para 12,13% hoje. Para 2021, a projeção subiu, de 11,84% para 11,91% ao ano.

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