O dólar fechou acima de 5,50 reais pela primeira vez nesta quinta-feira, batendo recordes históricos pelo segundo dia consecutivo diante do clima de incerteza no mercado doméstico do lado político e econômico.
O dólar à vista fechou em alta de 2,19%, a 5,5278 reais na venda, novo recorde histórico nominal e na maior valorização percentual desde o fim de março.
As notícias de que o superministro da Justiça, Sergio Moro, havia pedido demissão do cargo, após o presidente Jair Bolsonaro trocar o diretor-geral Polícia Federal, agravou o mau humor no mercado financeiro, levando o dólar futuro a bater a marca dos R$5,50 pela primeira vez na história, e ampliando a alta dos juros futuros, que já subiam com receio de piora do quadro fiscal.
A possível saída de Moro do governo, um dos nomes fortes da plataforma anticrime de Bolsonaro, combinado com o evento de ontem do plano pós-crise com a ausência de nomes do Ministério da Economia, estressa o mercado, que teme perda de espaço do ministro da Economia, Paulo Guedes. A saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio à crise da Covid-19, também não havia sido vista com bons olhos pelos investidores estrangeiros.
Perto das 15h00, o dólar futuro era cotado em R$5,488, com alta de 0,43%, tendo alcançado um recorde intradiário em R$5,501. Nos juros, também disparada em toda a curva. O DI para janeiro próximo, por exemplo, subia 2,70%, alta de cinco pontos, enquanto a taxa para janeiro de 2025, saltava 24 pontos-base a 6,10%.