O lucro líquido da Cyrela caiu 40%, no segundo trimestre, na comparação anual, para R$ 67,8 milhões. A companhia registrou impacto negativo de R$ 16 milhões decorrente de contingências judiciais. Por outro lado, o desempenho da Cyrela refletiu os efeitos positivos de R$ 16 milhões do resultado da Cury e de R$ 8 milhões devido à valorização de ações de Tecnisa e Cyrela Commercial Properties (CCP).
A receita líquida da Cyrela caiu 10,4%, para R$ 838,8 milhões. A margem bruta cresceu de 31,3% para 32,8% no trimestre.
O resultado financeiro foi reduzido em 63,6%, para R$ 7 milhões. De abril a junho, a companhia consumiu caixa de R$ 67 milhões.
Distratos de vendas da Cyrela
O volume estimado para distratos de vendas da Cyrela, no acumulado de 2020, é de 5% a 10% maior do que o previsto antes da pandemia de covid-19. Com isso, as rescisões deverão ficar em linha com as do ano passado, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Miguel Mickelberg, informou em teleconferência com jornalistas.
No segundo trimestre, os distratos somaram R$ 211 milhões, acima dos R$ 184 milhões de janeiro a março. Mickelberg compara que, em 2016, ano em que a Cyrela registrou mais rescisões, no total de R$ 2,3 bilhões, a fatia trimestral era de quase R$ 600 milhões.
Cerca de 11% dos clientes da Cyrela pediram renegociação desde o início da pandemia. “Hoje, o número está muito pequeno”, diz o executivo.
Lançamentos no 3T20
Mickelberg disse que a companhia terá um bom volume de lançamentos no terceiro trimestre. Conforme o executivo, o ritmo de vendas deste trimestre está melhor do que o do segundo trimestre.
“Estamos, positivamente, surpresos com a retomada. O mês de abril foi muito fraco em vendas, mas maio foi melhor. Em junho, as vendas de estoques foram semelhantes à média do ano passado”, disse o diretor financeiro e de relações com investidores, acrescentando que os lançamentos de julho e agosto tiveram “bastante sucesso”.
De abril a junho, a companhia consumiu caixa de R$ 67 milhões. Isso resultou, segundo o executivo, da redução dos recebimentos, mas da continuidade dos pagamentos pela Cyrela dos compromissos assumidos e do ritmo de obras “quase normal”.
“Em um horizonte mais largo, continuaremos gerando caixa”, disse Mickelberg.