As próximas semanas serão decisivas para a definição do panorama do mercado aéreo brasileiro, em uma batalha que terá como palco a Corte de Nova York, nos EUA. É lá que tramita o processo de reestruturação do grupo chileno Latam.
É ali também que a Azul (BOV:AZUL4) vai tentar aprovar um plano de recuperação judicial concorrente ao da rival para tentar levar a Latam Brasil na marra, em uma estratégia considerada por especialistas ousada e inédita no país.
Entre os obstáculos, estão o acesso limitado a informações financeiras da Latam Brasil pela Azul, a competição pelo ativo com outras empresas aéreas, e a possibilidade de os atuais controladores do grupo chileno receberem seus créditos em ações, além de entraves regulatórios junto ao Cade (órgão antitruste brasileiro).
A Latam pediu proteção contra a falência à justiça americana em julho de 2020, e precisa apresentar a seus credores uma proposta de plano de recuperação judicial até o fim de junho. Nesta quarta, no entanto, a empresa solicitou prorrogação do prazo até setembro.
Prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre
A Azul registrou prejuízo líquido de R$ 2,65 bilhões entre janeiro de março deste ano, valor 56,8% menor do que os R$ 6,13 bilhões (também de prejuízo) apurados no mesmo intervalo do ano passado.
No trimestre, a companhia aérea transportou 5,25 milhões de passageiros pagantes, 20,2% menos do que nos três primeiros meses do ano passado.
A receita operacional líquida totalizou R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre, queda de 34,9% em relação ao mesmo período de 2020, representando uma redução de 34,9% ano contra ano devida à redução de 23,0% na capacidade e 15,4% no RASK causados pela pandemia do COVID-19.
Informações O Globo