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Ibovespa fecha acima de 159 mil pontos com IPCA benigno, salário mínimo maior e corte do Fed; Copom mantém postura firme após o pregão

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O Ibovespa B3 encerrou em alta de 0,69%, aos 159.074,97 pontos, na quarta-feira (10), acompanhando o otimismo internacional após o Federal Reserve cortar os juros dos EUA para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, o terceiro corte consecutivo de 0,25 ponto percentual. O índice oscilou entre a mínima de 157.628,30 e a máxima de 159.690,70, com volume financeiro de R$ 23,10 bilhões.

Os investidores ajustaram posições à espera da decisão do Copom, às 18h30, após o fechamento do mercado. O Copom decidiu, pela quarta vez consecutiva, manter a Selic em 15,00% ao ano, preservando o nível mais alto desde 2006. A decisão foi unânime e já precificada pelo mercado, de que o Banco Central não cederia terreno enquanto a inflação não estiver claramente sob controle.

No comunicado, o Comitê reconheceu que o ambiente internacional segue nebuloso, especialmente diante das incertezas sobre a política monetária nos Estados Unidos. Mas um detalhe chamou atenção: a diretoria suavizou o tom ao substituir a necessidade de “particular cautela” por simplesmente “cautela”, sinalizando que a percepção de risco externo pode ter recuado ligeiramente.

O BC apontou que a economia avança em ritmo mais moderado, tendência confirmada pelo último PIB, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho permanece resistente. A inflação, embora perdendo força, ainda roda acima da meta e exige atenção redobrada.

A mudança mais simbólica foi a reclassificação da decisão atual: o que antes era “suficiente” passa agora a ser “adequado”, com a visão confiante de que juros elevados por um longo período continuam sendo o caminho para garantir a convergência do IPCA. As projeções foram revisadas para baixo, com o BC estimando 4,4% para 2025 e 3,5% para 2026, ambas dentro ou próximas do intervalo de tolerância.

Fed corta juros e emite tom cauteloso para 2026,  mantendo foco no mercado de trabalho

O Federal Reserve (Fed) reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, o menor nível desde setembro de 2022. Foi o terceiro corte seguido em 2025. Ao interpretarmos as declarações, o banco central norte-americano sinalizou apenas mais um corte em 2026. Isso frustrou parte do mercado que esperava trajetória mais agressiva de afrouxamento monetário.

Jerome Powell salientou que a política monetária não está em um “curso predefinido” e que as decisões continuarão sendo tomadas reunião a reunião. Com inflação em 3%, ainda acima da meta de 2%, e sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho após o fim do longo shutdown de 43 dias nos EUA, o Fed tem priorizado a preservação do emprego, dentro de seu mandato duplo, mesmo diante dos riscos de inflação parcialmente acima da meta por mais tempo.

Juros futuros sobem com política local e eleição no radar

No mercado doméstico de juros, a curva de DIs fechou em alta, apesar da queda dos rendimentos dos Treasuries após o anúncio do Fed. O DI para janeiro de 2028 subiu para 13,195% ao ano, de 13,119% no ajuste anterior, enquanto o vértice de janeiro de 2035 avançou a 13,63%, ante 13,535%. O ambiente do cenário eleitoral e o aumento de risco fiscal definiu o tom da sessão, em especial após o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência e as discussões em torno do PL da Dosimetria.

IPCA abaixo do esperado indica desinflação, mas energia continua vilã

Dando algum suporte aos ativos de renda variável, o IPCA de novembro registrou alta de 0,18%, levemente abaixo das projeções de 0,20%. No acumulado do ano, a inflação chega a 3,92%, e em 12 meses, a 4,46%, ainda dentro do intervalo de tolerância do Banco Central (meta de 3%, teto em 4,5%).

Essa foi a menor variação para um mês de novembro desde 2018. Cinco dos nove grupos avançaram, com destaque para Despesas pessoais (0,77%) e Habitação (0,52%), enquanto Artigos de residência (-1,00%) e Alimentação e bebidas (-0,01%) ajudaram a segurar o índice.

Energia elétrica e passagens aéreas seguem pressionando o bolso. A energia elétrica residencial subiu 1,27% no mês e acumula alta de 15,08% no ano, contribuindo com 0,58 ponto percentual. Em 12 meses, o aumento chega a 11,41%, com impacto de 0,46 ponto. A bandeira vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh, e reajustes em capitais como Goiânia (+19,56%), Brasília (+11,21%), São Paulo (+16,05%) e Porto Alegre (+21,95%), explicam o avanço.

Em despesas pessoais, passagens aéreas dispararam 11,9% e hospedagem subiu 4,09%, com destaque para Belém, onde os preços de passagens saltaram 178,93% em meio à COP-30.

Na direção contrária, transportes coletivos ajudaram a moderar o índice, graças a gratuidades em feriados e dias de Enem, o que levou o ônibus urbano a cair 0,76%, com fortes quedas em Belém, Curitiba e Brasília. Metrô e trem em São Paulo recuaram 6,73%, e a integração ficou 4,51% mais barata.

Em Alimentação e bebidas, o índice recuou 0,01%, com a alimentação no domicílio em queda pelo sexto mês seguido, puxada por preços menores de tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%), apesar de altas em óleo de soja (2,95%) e carnes (1,05%).

Salário mínimo maior em 2026 amplia renda, mas pressiona o fiscal

Outro vetor importante para o humor dos investidores foi a confirmação de que o salário mínimo passará de R$ 1.518 para R$ 1.621 em 2026, alta de 6,79%, ou R$ 103.

A fórmula considera a inflação de 12 meses até novembro (INPC de 4,18%) mais ganho real limitado a 2,5%, mesmo com o PIB de 2024 tendo crescido 3,4%.

Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo adiciona cerca de R$ 420 milhões em despesas; o reajuste de R$ 103 representa impacto estimado de R$ 43,2 bilhões nas contas públicas em 2026.

Os benefícios atrelados ao mínimo crescem, e a nova regra aperta acesso ao PIS/Pasep. A elevação do mínimo atinge diretamente cerca de 59,9 milhões de pessoas, segundo o Dieese, ao afetar salários, aposentadorias, BPC, seguro-desemprego, seguro-defeso e critérios do Cadastro Único.

O PIS/Pasep passará a pagar entre R$ 135,08 e R$ 1.621 em 2026, conforme meses trabalhados. Porém, a partir do próximo ano, o teto de renda para ter direito ao abono deixará de acompanhar o salário mínimo e será corrigido apenas pela inflação, restringindo gradualmente o benefício aos trabalhadores de menor renda.

Debate fiscal se intensifica com salário mínimo e combate ao devedor contumaz

O grande aumento das despesas obrigatórias com o salário mínimo reacende o debate sobre o espaço para gastos discricionários e o risco de alta da dívida pública, que pode pressionar juros de longo prazo e a precificação de ativos. Parte dos economistas defende desvincular o piso dos benefícios previdenciários do salário mínimo, retornando a uma regra de correção apenas pela inflação.

Em paralelo, o Congresso aprovou o projeto que define o devedor contumaz, que mira contribuintes com dívidas federais superiores a R$ 15 milhões e acima de 100% do patrimônio conhecido, com punições como perda de benefícios fiscais, impedimento de participar de licitações e até inaptidão do CNPJ.

Ruído político com PL da Dosimetria e eleições de 2026 pesa no prêmio de risco

O mercado monitorou o avanço do PL da Dosimetria, aprovado na Câmara, que reduz penas relacionadas aos atos de 8 de janeiro e pode beneficiar Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo em que abre espaço para o recuo da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro em 2026.

A leitura predominante entre gestores é que governadores de centro-direita, como Tarcísio de Freitas, seriam candidatos mais competitivos e pró-reformas, percepção apontada em apostas de plataformas como o Polymarket. A incerteza eleitoral, porém, ainda adiciona prêmio aos ativos brasileiros.

STF, Congresso e jornada de trabalho entram no radar institucional

Investidores também acompanham o xadrez institucional entre STF e Congresso. O ministro Gilmar Mendes suspendeu a liminar que restringia quem pode pedir impeachment de ministros do Supremo, devolvendo ao Legislativo a prerrogativa de discutir mudanças na Lei do Impeachment, de 1950.

Ao mesmo tempo, ganha força a pauta trabalhista que propõe o fim da escala 6×1 e a adoção de jornada de 5×2, com limite de 40 horas semanais, apoiada pelo governo Lula. O debate ainda esteja em estágio preliminar.

Setor real reage a estímulos de crédito e infraestrutura

Projeções da CNI apontam que a construção deve voltar a crescer 2,5% em 2026, acima dos 1,5% estimados para 2025, apoiada em mudanças no SFH que ampliam o teto dos imóveis financiáveis de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e elevam a cota financiada a 80%.

A Caixa também voltou a permitir mais de um financiamento imobiliário simultâneo com recursos do SBPE, medida vista como favorável para famílias e investidores, porque tende a ativar a cadeia da construção e gerar empregos.

Possivelmente, também ajuda a sustentar a demanda por ações ligadas ao setor, como, por exemplo a MRV (BOV:MRVE3), Direcional (BOV:DIRR3), Cury (BOV:CURY3), Tenda (BOV:TEND3), Cyrela (BOV:CYRE3), Even (BOV:EVEN3), Eztec (BOV:EZTC3), Gerdau (BOV:GGBR4), CSN (BOV:CSNA3), Duratex/Dexco (BOV:DXCO3), entre outras.

Caso Cyrela expõe novamente a corrida por dividendos antes da nova tributação

A Cyrela (CYRE3) recuou cerca de 7,08%, a R$ 32,54 na quarta-feira. As ações caíram apesar da proposta de bonificação de R$ 2,49 bilhões em ações preferenciais especiais, equivalentes a cerca de 19% de dividend yield adicional, segundo a XP, além de R$ 1 bilhão em dividendos intermediários recentemente aprovados (R$ 2,7299 por ação).

Os altos dividendos anunciados nos últimos tempos não é o “novo normal”. Os grandes anúncios estão ocorrendo com a “corrida” das empresas para antecipar distribuições antes da taxação de 10% sobre dividendos acima de R$ 50 mil mensais a partir de 2026.

Desde novembro, companhias já anunciaram pelo menos R$ 68 bilhões em pagamentos.

Maiores movimentações do dia

O pregão desta quarta-feira foi marcado por movimentos expressivos entre as small caps, que dominaram a ponta positiva do Ibovespa. Arandu Investimentos (BOV:ARND3) saltou 17,33%, para R$ 0,880. PDG Realty (BOV:PDGR3) avançou 16,20%, a R$ 1,65. São Martinho (BOV:SMTO3) também brilhou, subindo 14,50% para R$ 15,40. A Companhia de Eletricidade da Bahia (BOV:CEEB5) registrou valorização de 13,83%, cotada a R$ 40,00.

Na outra ponta, o dia foi de forte correção para empresas mais sensíveis ao cenário doméstico. Fictor Alimentos (BOV:FICT3) caiu 11,59%, fechando a R$ 1,83. Santanense (BOV:CTSA4) recuou 10,26%, a R$ 2,10. O Banco do Estado de Sergipe (BOV:BGIP3) registrou queda de 9,50%, para R$ 35,82. Bombril (BOV:BOBR4) perdeu 8,03%, negociada a R$ 1,26.

Entre as ações mais negociadas, a liquidez se concentrou nas blue chips. Gol (BOV:GOLL54) avançou 3,92%, a R$ 5,30, Ambev (ABEV3) recuou 0,29%, para R$ 13,60, e Itaúsa (BOV:ITSA4) chamou atenção pelo tombo de 6,07%, para R$ 11,61. Lojas Renner (BOV:LREN3) fechou com alta discreta de 0,29%, a R$ 14,02.

Fundos imobiliários sentem ruídos pontuais, mas mantêm guidance

O RCRB11 informou que a Heineken (EU:HEIA) deixou de pagar os aluguéis de outubro e novembro do imóvel Continental Square, que representa cerca de 5% da receita contratada.

A gestora atribuiu o atraso a um ajuste operacional interno e estima impacto de aproximadamente R$ 0,08 por cota ao mês, mantendo, por enquanto, o guidance de distribuição em R$ 0,94 mensais.

O IFIX atualmente tem andado de lado, espremido entre juros altos e valorização da renda variável.

Itaú reforça fluxo de caixa ao acionista e BTG projeta lucros

Itaú (BOV:ITUB4) anunciou JCP mensais de R$ 0,01765 por ação em 2026, com valor líquido de R$ 0,0150 após IR, em um cronograma que vai de fevereiro de 2026 a janeiro de 2027.

O papel está entre os favoritos em carteiras de dividendos, ao lado da Petrobras e Vale.

Uma projeção do BTG estimou que os lucros das empresas brasileiras listadas, excluindo Petrobras e Vale, devem crescer 17% em 2026, para R$ 339,7 bilhões, frente alta de 14% estimada entre 2024 e 2025. Incluindo as gigantes de commodities, o total vai a R$ 475,6 bilhões, avanço de 8,2% ano a ano.

Perspectivas para 2026: juros menores, lucros maiores e volatilidade política

Os estrategistas do BTG enxergam a Selic recuando três pontos percentuais em 2026, mesmo com PIB crescendo apenas 1,5%, após 2% em 2025. Essa queda dos juros de curto prazo tende a aliviar despesas financeiras das companhias e reacelerar a economia no fim de 2026.

Empresas voltadas ao mercado interno devem ver expansão de 12,5% nos lucros, após alta modesta de 5,1% em 2025, enquanto companhias de commodities tendem a crescer apenas 1,2% em 2026, depois de um salto estimado de 157,1% em 2025.

O Ibovespa vai precificando simultaneamente a melhora microeconômica e o risco político, o que promete manter a volatilidade elevada, mas com viés construtivo para o horizonte de médio prazo.

Mercados internacionais

Os mercados globais passaram o dia com hesitação antes do anúncio do Fed. Sendo assim, nos EUA, o pregão ganhou força nos últimos momentos. O Dow Jones saltou 497,46 pontos, ou 1,05%, para 48.057,75; o S&P 500 subiu 46,17 pontos, ou 0,67%, para 6.886,68; e o Nasdaq avançou 77,67 pontos, ou 0,33%, para 23.654,16. Fechamento EUA

As bolsas da região Ásia-Pacífico recuaram em sua maioria durante o pregão de quarta-feira. O índice Nikkei 225 do Japão caiu 0,1%, enquanto o Shanghai Composite da China recuou 0,2%. Fechamento asiático

Enquanto isso, os principais mercados europeus apresentaram desempenho misto no dia. O FTSE 100 do Reino Unido subiu 0,1%, enquanto o índice DAX da Alemanha caiu 0,1% e o CAC 40 da França recuou 0,4%. Fechamento europeu

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