A Ambev registrou lucro líquido de R$ 11,7 bilhões no ano
de 2020, queda de 3,7% frente os R$ 12,1 bilhões de 2019.
Os resultados da Ambev (BOV:ABEV3)
referentes suas operações do quarto trimestre de 2020 foram
divulgados no dia 25/02/2021. Confira o Press Release completo!
⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos
resultados do 4T20 e referente ao ano de 2020. Confira a
cobertura completa de
todos os balanços referente ao ano de 2020 das empresas
negociadas na B3.
Em 2020, a receita líquida teve alta foi de 12,3% na comparação
anual, alcançando R$ 58,3 bilhões.
O ebtida ajustado – lucros antes de juros, impostos, depreciação
e amortização, no acumulado do ano, foi de R$ 21,5 bilhões, 2,1%
superior frente o ano anterior.
4T20
A Ambev teve lucro de R$ 6,89 bilhões no quarto trimestre de
2020, 63,3% superior frente os R$ 4,21 bilhões registrados no mesmo
trimestre de 2019. De acordo com a companhia de bebidas, os
resultados “foram impactados positivamente por R$ 4,3 bilhões de
créditos tributários extemporâneos decorrentes da decisão do
Supremo Tribunal Federal de 2017 pela inconstitucionalidade da
inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins”.
A receita líquida totalizou R$ 18,5 bilhões no quarto trimestre,
19,9% superior frente o resultado de um ano antes.
O Ebitda ajustado do quarto trimestre subiu 29,1%, indo para R$
8,93 bilhões.
Ainda no radar do setor, a Coca-Cola FEMSA anunciou na quarta
que a Coca-Cola Company e a Heineken acertaram um acordo para
reestruturarem sua rede de distribuição no Brasil. O acordo vai
entrar em vigor em meados deste ano e tem validade até 2026,
podendo ser prorrogado por mais cinco anos. O acordo prevê que as
companhias iniciarão uma “suave transição” das marcas Heineken e
Amstel para a rede de distribuição do grupo holandês no Brasil. O
sistema Coca-Cola continuará a oferecer Kaiser, Bavaria e Sol, e
complementará este portfólio com a marca premium Eisenbahn e outras
marcas internacionais.
Teleconferência
O diretor financeiro da Ambev, Lucas Machado Lira, em
teleconferência de resultados do quarto trimestre, afirmou que
a companhia aguarda a decisão judicial para contabilizar um crédito
fiscal de aproximadamente R$ 1,9 bilhão. “Não há cronograma para
reconhecimento em nossas demonstrações”, afirmou.
O crédito se refere a ações judiciais ligadas ao regime
tributário federal aplicável ao setor de bebidas e a decisão do
Supremo Tribunal Federal em 2017 pela inconstitucionalidade da
inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins.
No resultado do quarto trimestre de 2020, a empresa reconheceu
um crédito tributário no valor de R$ 4,3 bilhões (antes dos efeitos
fiscais), sendo R$ 2,5 bilhões em outras receitas operacionais e R$
1,8 bilhão em receitas financeiras.
O presidente da Ambev, Jean Jereissati, disse que a
companhia está mais preparada para lidar com o ano do que estava em
2020.
A empresa prevê que o custo por produto vendido (CPV) excluindo
depreciação e amortização cresça de 20% a 23%, por causa do câmbio
desfavorável e do aumento de preços das commodities, em especial
milho e cevada. Em 2020, o mesmo indicador cresceu 18,2% ante o ano
anterior.
Esse avanço do CPV dificulta a recuperação das margens. A
administração acredita que as margens no mercado CAC (América
Central e Caribe) devem se recuperar neste ano, bem como no Canadá,
mas o mercado brasileiro pode ter mais dificuldades.
Diante desse cenário, o executivo afirma que a maneira de lidar
é aumentar a receita, mas sem diminuir a disciplina financeira. “O
preço continua melhorando, o mix continua forte”. Segundo ele, no
final do quarto trimestre os valores voltaram a níveis históricos.
“Realizamos atividades promocionais mais inteligentes.”
Ainda de acordo com Jereissati, uma das estratégias que deu
certo ao longo de 2020 e deve continuar em todo o mercado de
cervejas é a criação de novas oportunidades de consumo. “Venho
afirmando que se perdia 10 milhões de hectolitros em relação a
2014. O ano de 2020 nos permitiu recuperar 4,5 milhões. Isso foi
possível pela nossa capacidade de criar novos momentos de consumo.
Nós, da Ambev, puxamos isso com estratégias de marketing.”
Preço alto das Commodities pode tornar os custos mais
altos
Os preços altos das commodities, em especial do milho e da
cevada, devem tornar os custos por produto vendido da Ambev mais
altos do que em 2020. No ano passado, esse indicador, excluindo
depreciação e amortização, saltou 18,2% na base anual. Agora, a
cervejaria calcula um avanço de 20% a 23%, que deve seguir
pressionando as margens de lucro. Por outro lado, a demanda está
aquecida: de janeiro até agora, o volume de cervejas já cresceu 10%
comparado ao ano anterior, mesmo sem as festas de carnaval.
“O sucesso da nossa estratégia comercial no quarto trimestre
permitiu fecharmos bem o ano de 2020 e nos posicionar para 2021. Os
volumes de cerveja cresceram em sete dos dez mercados em que
atuamos”, destacou o presidente da companhia, Jean Jereissati em
teleconferência ontem, sobre o balanço.
Segmento Premium
O presidente da cervejaria também afirmou que a categoria
está em uma boa fase e pode crescer dois dígitos neste ano.
“Premium exige paciência, porque temos que construir marcas. Mas
é um importante caminho de crescimento”, disse, citando que a
mexicana Corona conseguiu mostrar resiliência mesmo com o nome que
remetia ao coronavírus. Ele também destacou o desempenho das
cervejas Colorado e Becks.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI destacou que o lucro Ebitda ajustado, de R$ 8,937
bilhões, ficou em linha com sua expectativa e com o consenso do
mercado, enquanto a receita líquida ficou em linha com o consenso e
3% acima da estimativa do Bradesco. O banco afirma que os volumes
ficaram acima das expectativas.
Os créditos fiscais de R$ 2 bilhões reportados pela empresa
ficaram acima das expectativas do Bradesco, e se devem a decisão da
Suprema Corte que julgou a inclusão do ICMS sobre PIS e Cofins
inconstitucional. Assim, o lucro líquido ficou 80% acima da
expectativa do banco e a do consenso, principalmente devido a
créditos fiscais maiores.
O banco ressaltou que a empresa reportou alta de 10% no consumo
de cerveja no início do ano, apesar de não haver Carnaval, que
responde por entre 5% e 10% dos volumes de cerveja no ano. A
estimativa do banco era de queda de 3,5% nos volumes no primeiro
trimestre de 2021, devido à falta de festividades e ao fim do
auxílio. O banco destaca que a associação de fabricantes CervBrasil
afirmou ao jornal Valor que a produção de cerveja no Brasil caiu
10% em janeiro na comparação anual. Assim, o banco estima que a
Ambev tenha ganhado 13 pontos percentuais de participação no
mercado.
Os analistas ainda avaliam que a Ambev esteja se beneficiando de
problemas de engarrafamento na indústria, já que a empresa fornece
parte de suas necessidades internamente. Outro fator são inovações
da empresa. Ainda assim, o banco afirma que gostaria de ter mais
dados sobre o tema.
A empresa anunciou expectativa de que o custo dos bens vendidos
por hectolitro cresçam entre 20% e 23% em 2021, acima de sua
estimativa de 16%. Em parte isso se deve ao fato de que a empresa
incluiu em sua guidance (documento com planos e expectativas para o
futuro) uma cobertura de risco cambial de R$ 5,29 por dólar, 2,5%
acima de sua estimativa. Outro fator pode ser as expectativas
quanto à proporção de recipientes retornáveis, que têm custos
menores, em relação aos descartáveis. O banco diz esperar que a
proporção de retornáveis volte ao patamar pré-covid no quarto
trimestre de 2021, enquanto a guidance pode estar indicando uma
recuperação mais lenta.
O banco mantém avaliação em underperform para a Ambev, cujo
desempenho em um ano ficou 2 pontos percentuais abaixo da média do
mercado, com investidores precificando a queda da renda dos
consumidores e o impacto no consumo de bebidas. Além disso, a
expansão da capacidade na indústria deve levar a maior
concorrência. O preço-alvo fica em R$ 15,50 por ação.
Credit Suisse
O Credit Suisse diz que a alta de 11,9% nos volumes da Ambev na
comparação anual, e de 8% na receita por hectolitro estão em linha
com suas expectativas e as do mercado. Apesar de ter encerrado 2020
em um patamar forte, o banco diz esperar uma reação negativa do
mercado em meio ao anúncio do acordo de distribuição entre
Coca-cola e Heineken no Brasil.
O Credit Suisse mantém recomendação de compra para a Ambev,
com preço-alvo em 2021 em R$ 18,00.
Pensando em investir na Ambev?
A Ambev realiza fabricação e distribuição de cervejas,
refrigerantes e bebidas diversas. Faz parte do grupo Anheuser-Busch
InBev desde 2004, quando anunciou fusão com a companhia belga
Interbrew.
→ A Ambev é a maior cervejaria da América Latina. É controlada
pela AB InBev, companhia de bebidas que tem os brasileiros Jorge
Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira entre seus
principais sócios. A Ambev possui R$ 221
bilhões de valor de mercado. Confira
a Análise completa da empresa com informações
exclusivas.
Desempenho da empresa na B3
No último ano, as ações da
Ambev oscilaram entre a mínima de R$ 10,36 e a
máxima de R$ 16,91. No último pregão antes da divulgação do
resultado do 4T20, a empresa fechou em queda de 0,07%,
negociada a R$ 14,68.
Confira o histórico da Ambev (ABEV3)
Período |
Abertura |
Máxima |
Mínima |
Preço Médio |
Vol Médio |
Variação |
Variação % |
1 Semana |
14,76 |
15,01 |
14,00 |
14,57 |
28.719.600 |
-0,74 |
-5,01% |
1 Mês |
15,40 |
16,30 |
14,00 |
14,99 |
24.418.183 |
-1,38 |
-8,96% |
3 Meses |
14,74 |
16,91 |
14,00 |
15,52 |
27.311.483 |
-0,72 |
-4,88% |
6 Meses |
12,74 |
16,91 |
12,01 |
14,26 |
28.303.387 |
1,28 |
10,05% |
1 Ano |
15,95 |
16,91 |
10,36 |
13,67 |
30.931.604 |
-1,93 |
-12,1% |
3 Anos |
22,22 |
24,56 |
10,36 |
16,26 |
23.375.465 |
-8,20 |
-36,9% |
5 Anos |
17,89 |
24,56 |
10,36 |
17,05 |
19.246.925 |
-3,87 |
-21,63% |
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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