Resultados sem brilho e menos forte do que o esperado para a AmBev no primeiro trimestre de 2024. Essa é a projeção de analistas brasileiros para os números da companhia, que serão divulgados em 8 de maio.

Os papéis da companhia apresentam queda de 14,52% nos últimos 12 meses, sendo que só em 2024 se desvalorizaram 11,87%.

Para o Research da XP, a expectativa é de momentum forte no Brasil, mas números mais fracos na LAS. Mesmo com fortes dados da indústria de produção de bebidas em fevereiro no Brasil, a estimativa é que não sejam suficientes para compensar os números mais apertados de LAS e Canadá.

Os volumes de Cerveja Brasil devem aumentar 2,5%, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da operação deve crescer 24% na comparação anual. Ainda assim, para números consolidados, a expectativa é de estabilidade e recuo do lucro por ação em 10%.

O decréscimo deve ser motivado por taxa de imposto mais elevada. Em resumo, ainda que melhores resultados financeiros sejam esperados, em especial pela menor posição de hedge cambial na Argentina, o lucro líquido deve seguir pressionado por questões tributárias.

“O mercado estava otimista com os dados da indústria no Brasil, e os resultados não muito animadores devem causar uma reação negativa no preço das ações da AmBev (BOV:ABEV3)”, considera a XP.

Ambev (ABEV3): crescimento, mas sem LAS

A visão do Bank of America é um pouco mais otimista e considera a possibilidade de crescimento dos números sem a região da América do Sul (LAS, operações em países como Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Chile). O banco tem expectativa de resultados sólidos no 1T24, com destaque para fortes volumes de cerveja no Brasil e relação entre preço e mix resiliente.

Ainda assim, a análise considera a possibilidade de queda de 15% no lucro líquido em relação ao ano anterior e atribui o recuo a questões tributárias, pela mudança de regulamentação do pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP).

O banco estrangeiro ainda esboça otimismo para o nome, reforçando a recomendação de compra para a ação. O BofA acredita no impulso de lucros para o nome ao longo de 2024, impulsionado tanto pelo ambiente de consumo sólido no país quanto pela execução bem sucedida da linha Premium da cervejeira.

Ambev (ABEV3): Momento fraco

Por fim, a expectativa do Itaú BBA é de lucro operacional consolidado de R$ 6,5 bilhões, com rentabilidade de 33%. O percentual apontaria alta de 1,7 p.p. na comparação anual, mas queda de 2,8 p.p. no trimestre.

O banco destacou, ainda, que o desempenho atual das ações reflete revisões baixistas de projeções da receita e do volume, em especial no segmento Cerveja Brasil e na região da América do Sul (LAS).

A recomendação do papel, para o BBA, segue como neutra, com preço-alvo estimado em R$ 15,00 para final de 2024. Nesta quarta-feira (10), as ações da Ambev recuam 2,1%, indo a R$ 12,10.

Informações Infomoney
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