Petrobras deverá começar estudo neste mês para analisar a viabilidade de abrir subsidiária no Oriente Médio
04 Dezembro 2023 - 8:47AM
ADVFN News
A Petrobras deverá começar um estudo neste mês para analisar a
viabilidade de abrir uma subsidiária da empresa no Oriente Médio. A
declaração foi feita pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates,
à Bloomberg Línea, na sexta-feira, 1º. Ele se referiu à iniciativa
como “Petrobras Arábia”. A ideia seria fortalecer os laços
comerciais da companhia na região do Golfo Pérsico.
O anúncio ocorre após a sinalização de adesão do Brasil à Opep+.
A entidade é um grupo formado por 23 países entre membros da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados.
No caso da Opep, os países têm obrigações a cumprir, como o aumento
ou a redução da produção de petróleo, o que não ocorre com os
membros da Opep+. Atualmente, entre os aliados que compõem a
entidade estão países como Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e
Rússia.
Neste sábado, 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
que o Brasil vai participar do grupo Opep+, mas não vai “apitar
nada” nas decisões do bloco. Ele argumentou que a participação
brasileira é importante para convencer países produtores de
petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis. Segundo
o Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a adesão não
vai impor ao País nenhuma cota máxima de produção.
Lula participou de um encontro com a sociedade civil durante a
Cúpula do Clima da ONU, COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes
Unidos. Durante a reunião, representantes de organizações não
governamentais defenderam postura enfática contra os combustíveis
fósseis.
“Muita gente ficou assustada com a ideia de que o Brasil ia
participar da Opep. O Brasil não vai participar da Opep, vai
participar da Opep+”, disse. “Eu vou lá, escuto, só falo depois que
eles tomarem a decisão e venho embora. Não apito nada. A Opep+ eu
acho importante a gente participar, porque a gente precisa
convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se
preparar para reduzirem os combustíveis fósseis”, disse.
Silveira já havia sinalizado a entrada do País na entidade
durante a semana.
“A Opep+ é uma plataforma de discussão da indústria petroleira,
onde poderemos discutir transição energética”, disse, acrescentando
ser necessário e urgente avançar nesse tema. Ele argumentou que o
Brasil foi convidado porque o governo Lula é reconhecido por “ser
do diálogo”.
Ainda neste sábado, Prates defendeu que as receitas petrolíferas
sejam aplicadas em esforços de transição energética numa
crescente.
“É preciso compreender que o mundo simplesmente não pode parar
de usar petróleo de um dia para o outro. Nós ainda vamos precisar
dele. É importante também que as receitas petrolíferas dos Estados
e empresas sejam usadas gradualmente cada vez mais para a transição
energética”, disse em vídeo gravado na COP-28, em Dubai.
Segundo ele, o debate sobre o papel das petroleiras na
transição, previsto para quarta-feira, 6, será a principal
contribuição da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) e suas pares
globais, estatais e privadas, na conferência.
Parcerias com sauditas
Na quarta-feira, 29, Prates havia afirmado em uma rede social
que a estatal estava avançando em parcerias com os sauditas, para
“garantir que possamos trabalhar conjuntamente em projetos de
segurança, acessibilidade e sustentabilidade energética”. Ele não
deu mais detalhes.
O presidente da Petrobras participou da mesa de debates do Fórum
Empresarial Arábia Saudita-Brasil, em Riade, na Arábia Saudita, com
Lula. O evento promovido pela Apex Brasil reuniu as principais
empresas e entidades brasileiras e sauditas para promover a
prospecção econômica entre ambos os países.
“Na mesa sobre energia, defendi que o Brasil possui grande
potencial na liderança operacional da transição energética, que já
está em curso. Nosso País detém uma matriz energética e elétrica
importantemente renovável. E isso serve tanto de desafio como de
referência para nossas relações com a Arábia Saudita e demais
países”, disse Prates.
No encontro, Lula também convocou a Arábia Saudita a avaliar
parcerias na área de fertilizantes. O Brasil é o maior importador
do insumo, ao mesmo tempo que é uma dos maiores fornecedores de
alimentos do planeta.
A Petrobras possui quatro fábricas de fertilizantes, sendo uma
em construção, a UFN III, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, que
chegou a ter a venda anunciada pelo governo Bolsonaro para o grupo
russo Acron, mas não foi adiante; e outras três que foram
hibernadas (Fafen-PR) e arrendadas (Fafen-BA e Fafen-SE) entre 2019
e 2020.
Segundo Prates, a intenção da Petrobras agora é retomar todas as
unidades. A primeira que deverá voltar à operação é a unidade do
Paraná, que está hibernando, e conversas já estão sendo feitas para
possíveis projetos conjuntos nas fábricas arrendadas na Bahia e
Sergipe. Já a fábrica de Três Lagoas tem previsão de iniciar a
operação em 2028, com possibilidade de ter o prazo antecipado.
Informações Broadcast
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jul 2024
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jul 2023 até Jul 2024