Ações do setor de mineração e siderurgia caem, após nova decepção com a China
17 Outubro 2024 - 11:28AM
ADVFN News
Uma nova decepção com a China derruba as ações do setor de
mineração e siderurgia e também o Ibovespa, que registra baixa de
mais de 1% nesta quinta-feira (17).
Os metais industriais, do cobre ao minério de ferro, caíram
devido às dúvidas dos investidores de que as últimas medidas da
China para fortalecer o mercado imobiliário serão o suficiente para
impulsionar a atividade de construção.
Às 10h30 (horário de Brasília), Vale (BOV:VALE3), R$ 61,05,
-2,07%, CSN Mineração (BOV:CMIN3), R$ 5,84, -1,04%, Usiminas
(BOV:USIM5), R$ 6,08, -1,46%, Gerdau (BOV:GGBR4), R$ 17,99, -1,48%
e CSN (BOV:CSNA3), R$ 11,79, -1,26% registram baixa de ao menos de
1% neste pregão.
Os futuros do minério de ferro caíram mais de 5% para negociação
abaixo de US$ 100 a tonelada em Cingapura, enquanto estanho, zinco
e níquel marcaram declínios para metais não ferrosos na London
Metal Exchange.
A China expandirá um programa para apoiar a conclusão de
projetos habitacionais inacabados para 4 trilhões de yuans (US$ 562
bilhões), disse o Ministro da Habitação Ni Hong em um briefing na
quinta-feira. Isso quase dobra a escala de gastos, já que Pequim
tenta aliviar a crise imobiliária, mas os investidores esperavam
mais.
“As políticas imobiliárias estão focadas em resolver o acúmulo
de estoque de moradias, o que realmente não ajuda muito com a
demanda por aço no curto prazo”, disse Zhou Minbo, analista da GF
Futures Co.
O minério de ferro havia se recuperado de uma baixa de dois anos
abaixo de US$ 90 no final de setembro para acima de US$ 110. Mas os
preços caíram, pois uma série de briefings do governo sobre
política econômica ficaram aquém das expectativas. A economia da
China ainda está sob pressão, com seu crescimento no terceiro
trimestre provavelmente em seu ritmo mais fraco em seis trimestres,
de acordo com uma pesquisa da Bloomberg.
Os investidores estão colocando muita expectativa nos anúncios
de estímulo do governo, disse Han Jing, analista da SDIC Essence
Futures Co. Houve uma mudança clara nas políticas, mas a escala e o
ritmo ficarão claros mais gradualmente, disse ele.
As expectativas de estímulo fiscal na China foram frustradas
depois que o Ministério das Finanças falhou em expandir além do
apoio de crédito já existente às incorporadoras imobiliárias que
estão concluindo projetos de construção inacabados, disse Cameron
Law, analista de commodities da Navigate Commodities.
“Continuamos altamente céticos em relação às contribuições
positivas líquidas que essas medidas terão sobre o aço chinês e o
consumo subjacente de minério de ferro no médio prazo, uma vez que
os novos projetos de construção, que são o principal impulsionador
da demanda por aço, continuarão a ser mantidos sob rédea curta”,
disse Law.
O minério de ferro caiu mais de 25% neste ano, e a pressão não
vem apenas da demanda chinesa mais fraca. A oferta relativamente
forte foi ressaltada pelas contagens trimestrais de produção das
três grandes mineradoras esta semana, com a Vale elevando sua
produção para o nível mais alto desde 2018.
Os futuros de minério de ferro estavam sendo negociados em queda
de 4%, a US$ 100,60 a tonelada, às 12h36, horário de Londres. O
cobre estava 0,5% mais baixo, a US$ 9.514 a tonelada na LME, tendo
atingido anteriormente uma baixa de três semanas de US$ 9.435,50 a
tonelada. O estanho caiu 2,4%, enquanto o níquel e o zinco estavam
mais de 1% mais baixos.
Informações Infomoney
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