O dia foi de alta nas bolsas internacionais e no Brasil, com o Índice Bovespa encerrando o dia com ganho de 1,45%, aos 61.954 pontos. Nos EUA, os índices voltaram a bater recordes de pontos, com o Dow Jones fechando pela primeira vez acima dos 19 mil pontos Os investidores estão otimistas com as medidas que o novo presidente eleito Donald Trump promete tomar para beneficiar as empresas da economia tradicional, que são as que formam o índice.
No Brasil, o Ibovespa acumula alta de 3,32% na semana, mas ainda perde 4,47% no mês, efeito da eleição de Trump nos Estados Unidos. No ano, o índice ainda sobe 42,92% e, em 12 meses, 28,70%.
Vale lidera altas com 7,51%
As maiores altas do dia foram das ações ON (ordinárias, com voto) da Vale (BOV:VALE3), com 7,51%, seguidas das PN (preferenciais, sem voto) da Bradespar (BOV:BRAP4), com 6,80% e das PNA da Vale (BOV:VALE5), com 6,15%. Os ganhos da Vale foram puxados pela alta de 6,48% no minério de ferro na China, que atingiu US$ 74,90 a tonelada, diante da expectativa de que Trump promova um aumento nos investimentos de infraestrutura nos EUA que demandará mais aço e pressionará os preços internacionais.
Em seguida vêm as ON da Kroton (BOV:KROT3), 5,56%, beneficiadas pela notícia de que o orçamento do ano que vem terá R$ 11 bilhões a mais para saúde e educação. Suzano Papel PNA (BOV:SUZB5) subiu 5,49%. Já as maiores quedas do dia foram de Embraer ON (BOV:EMBR3), 3,77%, seguidas das ON da Cyrela Realty (BOV:CYRE3), com 2,87%, Multiplan ON (BOV:MULT3), 2,21%, Ambev ON (BOV:ABEV3), 1,60% e Marfrig ON (BOV:MRFG3), 1,46%. Apenas 17 ações das 58 do índice fecharam em baixa hoje.
Entre as mais negociadas, Petrobras PN (BOV:PETR4) subiu 2,25% e o papel ON (BOV:PETR3), 2,49%. Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3) continuou subindo, 1,28%, acumulando 9,22% nos dois pregões desta semana, após anunciar no domingo uma grande reestruturação.
Na Europa, o Índice Stoxx 50, que reúne os 50 principais papéis da região, fechou em alta de 0,37%, enquanto o Financial Times, de Londres, avançava 0,62%, o DAX, de Frankfurt, 0,27%, o CAC, de Paris, 0,41% e o Ibex, de Madri, 0,43%.
Recordes do Dow, S&P500, Nasdaq e Russell 2000
Nos Estados Unidos, o Dow Jones fechou em alta de 0,35% com novo recorde de pontos de 19.023. Também bateram recordes de pontos o Standard & Poor’s 500, que subiu 0,22%, o Nasdaq, com mais 0,33% e o Russell 2000, das empresas de menor porte americanas, 0,92%. No México, o IPC subiu 1,14%. Entre os fatores que acalmaram o mercado está a declaração de Trump de que não pretende investigar a candidata derrotada Hillary Clinton pelo uso do e-mail pessoal para tratar de assuntos oficiais da Secretaria de Estado.
As bolsas americanas vêm batendo recordes e se beneficiando da eleição de Trump pois os investidores esperam que ele dê incentivos para as empresas, como redução de impostos e aumento de barreiras que podem aumentar seu retorno. Por isso, os investidores vêm saindo de papéis de renda fixa e aplicando em ações, explica Otaviano Canuto, diretor-executivo do Banco Mundial. “Há uma rotação dos investidores de renda fixa para ações que beneficia mais o Dow Jones que o Nasdaq, provavelmente pelo perfil de empresas que Trump quer beneficiar, que são as que usam mais mão de obra, da economia tradicional”, diz.
Petróleo cai
O petróleo recuou hoje, com novas incertezas sobre o compromisso do Irã e do Iraque de fazer cortes em sua produção. O barril do tipo WTI, negociado em Nova York, caiu 0,4%, para US$ 48,03, enquanto o Brent, de Londres, referência mundial, caiu também 0,4%, para US$ 49,12.
Dólar sobe com menor atuação do BC
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar comercial fechou em ligeira alta, de 0,14%, vendido a R$ 3,357. Já o turismo, do varejo, fechou estável, em R$ 3,51 para venda. A queda do dólar em outubro já provocou um aumento nos gastos dos brasileiros no exterior, de 42% em relação ao ano passado, conforme dados divulgados hoje pelo Banco Central, junto com os números das contas externas brasileiras.
O BC, por sua vez, manteve apenas o leilão de swaps cambiais para rolagem do vencimento desses papéis do dia 1º de dezembro, de US$ 1 bilhão, deixando de oferecer o lote extra de US$ 500 milhões como na semana passada. No exterior, o dólar se valorizou diante do euro e do iene e os juros dos papéis de 10 anos dos EUA subiram para 2,31%. Os mercados futuros de Fed Funds da Bolsa de Chicago projetavam chances de 100,2% de o Federal Reserve (Fed, banco central americano) subir os juros em dezembro.
Juros em baixa
No mercado brasileiro de juros, as taxas voltaram a cair. Os contratos para janeiro de 2017, que dão a projeção para os juros deste ano, fecharam projetando 13,658%, ante 13,675% ontem. Para 2018, a projeção ficou em 12,14%, ante 12,20% ontem. Para 2021, a estimativa caiu para 11,79%, ante 11,83% ontem. No mercado de títulos públicos do Tesouro Direto, os papéis prefixados longos, LTN, para 2023, pagavam hoje 12,01%, depois de chegarem a 12,55% na semana passada.
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