Com 2018 começando, o mercado financeiro começa a se articular tendo como previsão um cenário cauteloso, mas otimista. A expectativa é que a inflação e os juros permaneçam baixos, enquanto a economia continua se recuperando. O ano promete certa volatilidade com a votação da Reforma da Previdência em fevereiro e as eleições presidencialistas em outubro. Ambos os acontecimentos são relevantes não apenas no campo político, mas também econômico, já que a medida é vista como importante para o ajuste das contas públicas e o candidato vencedor determinará se o governo continua ou não com as reformas estruturais.
Diante desse quadro, confira o que analistas e corretores esperam para 2018.
Setor de Construção otimista
Segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança dos Empresários da Construção registrou 56,7 pontos em dezembro, maior patamar desde março de 2013. Em novembro, o indicador havia ficado em 54,4 pontos.
A alta, segunda a pesquisa Sondagem Indústria da Construção, é explicada tanto pela perspectiva positiva em relação aos próximos seis meses, quanto pela avaliação menos negativa em relação às condições correntes de negócios.
Taxa Selic em 2018
Na última reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom), a taxa selic foi reduzida a 7% ao ano, a menor taxa desde a implementação do Plano Real. Além disso, o Copom indicou que ainda há espaço para um corte de 0,25 pontos percentuais na próxima reunião, marcada para fevereiro de 2018, dependendo do cenário econômico. A redução depende, além do valor da inflação, da continuidade de políticas econômicas favoráveis ao mercado, com a aprovação da Reforma da Previdência.
Leilões semanais do Tesouro Nacional
O Tesouro Nacional reduziu o intervalo entre os leilões de venda de NTN-F para uma semana. A ideia é que isso traga mais flexibilidade na oferta de títulos prefixados durante o período eleitoral. Isso, por outro lado, não significa um volume maior de emissões da dívida, segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho.
Bolsa de Valores em 2018
O desempenho da Bolsa de Valores em 2018 dependerá da combinação de uma série de fatores, entre eles, principalmente a redução dos juros, a Reforma da Previdência e as eleições. A Selic em baixa reduz os custos das empresas, tanto para paga dívidas quanto para iniciar novos investimentos, o que já mostrou efeitos nos balanços do terceiro trimestre. Porém, os resultados da votação da Reforma e das Eleições geram incertezas no mercado, que espera por saídas favoráveis ao ajuste fiscal e à agenda positiva.
Recomendação de ativos: bancos
Os analistas do Santander acreditam que o setor bancário está se recuperando de um ciclo de crédito ruim e indicam “compra” para as ações de Itaú (ITUB4), Itaúsa (ITSA4) e Banco do Brasil (BBAS3). Já para o Bradesco (BBDC4) a recomendação é de“manutenção”.
Recomendação de ativos: educação
O Santander elevou uma média de 46% os preços-alvos estimados para as ações de universidade. Para ele, o amadurecimento do Fies e o aumento do ensino à distância fortalece o setor. Os ativos da Estácio (ESTC3) e da Ser Educacional (SEER3) possuem recomendação de compra, enquanto os Kroton (KROT3) e da Anima (ANIM3) de “manutenção”.
Recomendação de ativos: saúde
A expectativa do Santander é que 2018 represente um ponto de virada em termos de adições de membros em planos de saúde e odontológicos. Uma recuperação na esteira da criação líquida de empregos no país. O banco recomenda: Qualicorp (QUAL3), Fleury (FLRY3), Alliar (AALR3), e Odontoprev (ODPV3).
Recomendação de ativos: varejo
O Santander enxerga que o setor de varejo deva se beneficiar da continuidade da retomada econômica em 2018, mas é preciso montar uma carteira mais seletiva para acompanhar a alta. Os analistas do banco afirmam que continuam “acreditando que as empresas mais expostas a segmentos discricionários serão mais impactadas” pelo aquecimento da atividade, ajudando a reduzir o desemprego “para 11,8%” no fim do ano que vem. A recomendação é para: Arezzo (ARZZ3), B2W (BTOW3), Carrefour (CRFB3), Hering (HGTX3), CVC (CVCB3), Hypermarcas (HYPE3), Lojas Americanas (LAME4), Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Natura (NATU3), Pão de Açúcar (PCAR3), Raia Drogasil (RADL3) e Via Varejo (VVAR11).
Recomendação de ativos: Petróleo, Gás e Petroquímico
Para 2018, o Santander destacou que fundamentos sólidos serão um diferencial para empresas do Setor de Petróleo, Gás e Petroquímicos. Entre os destaques, o banco reforçou a indicação da Petrobras (PETR3), Braskem (BRKM5) e Ultrapar (UGPA3), mas se mostrou mais cauteloso em relação a PetroRio (PRIO3) e a Queiroz Galvão (QGEP3).
Recomendação de ativos: ROE
O Itaú BBA separou setores que devem se beneficiar com a expansão do Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) através da redução da Selic e da melhora da economia. Os cinco destaques são: construção civil; shoppings centers; varejo; transporte e logística; e papel e celulose.
Além disso, na sua carteira “Brazil Buy List” indicou ativos que possam se alavancar com a melhora da economia e que possuam valuations atrativos. As empresas indicadas são: Gerdau (GGBR4), Lojas Americanas (LAME4), Banco do Brasil (BBAS3), Petrobras (PETR4), Cosan (CSAN3), BRF (BRFS3), Camil (CAML3), MRV Engenharia (MRVE3), Vale (VALE3) e Smiles (SMLS3).
Recomendação de ativos: energia
Segundo o UBS, a retomada do crescimento econômico deve fazer com que o consumo de energia cresça 4% ao longo do ano. Além disso, a privatização de seis distribuidoras da Eletrobras também deve atrair novos investidores para o setor. Assim, as suas recomendações de compra são a Equatorial (EQTL3), Cteep (TRPL4) e AES Tietê (TIET11), mas o banco optou por evitar os papéis da Eletropaulo (ELPL3).
Recomendação de ativos: compra e venda do UBS
Com base em uma projeção otimista para o mercado em 2018, o UBS emitiu um relatório indicando quais ações comprar e vender durante o ano. Com o Ibovespa estimado em 84.000 pontos, o banco recomendou 18 ações para serem compradas e outras 6 que devem ser evitadas.
Compra: Banco do Brasil (BBAS3), B3(BVMF3), BRF (BRFS3), Klabin (KLBN11), Suzano (SUZB3), Petrobras (PETR4), Cosan (CSAN3), Telefônica (VIVT4), Tim (TIMP3), Equatorial (EQTL3), Cteep (TRPL4), Tupy (TUPY3), Rumo (RAIL3), Via Varejo (VVAR11), Pão de Açúcar (PCAR4), Kroton (KROT3), Estácio (ESTC3) e Raia Drogasil (RADL3).
Venda: Cielo (CIEL3), Fibria (FIBR3), Eletropaulo (ELPL3), Marcopolo (POMO4), Hering (HGTX3) e Ser Educacional (SEER3).
Recomendação de ativos: alimentos
Os analistas do Santander acreditam que o setor de alimentos e bebidas ainda não refletiu a retomada da economia brasileira neste ano. Porém, a expectativa é que em 2018 o segmento se fortaleça e supere a volatilidade do mercado. As recomendações são para os ativos da Ambev (ABEV3), BRF (BRFS3), Camil (CAML3), JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3).