A Usiminas encerrou o segundo trimestre de 2024 com prejuízo
líquido de R$ 100 milhões, revertendo assim o lucro de R$ 287
milhões apurado no mesmo período de 2023 e o lucro R$ 36 milhões do
primeiro trimestre do ano, de acordo com o balanço da
companhia.
De acordo com a Usiminas, o prejuízo líquido foi decorrente da
piora do resultado operacional, além do efeito da desvalorização do
real frente ao dólar na dívida. O efeito, acrescenta a empresa, foi
parcialmente compensado por efeitos não recorrentes que totalizaram
R$ 77 milhões positivos, afetando tanto o desempenho operacional
quanto financeiro.
No segmento de Ebitda (Lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado, a
companhia apresentou R$ 247,2 milhões, uma redução de 33% em
relação ao 2T23. Essa queda foi influenciada pelo aumento no custo
dos produtos vendidos e por variações em receitas e despesas
operacionais. A margem Ebitda ajustada reduziu-se de 5% para 4% no
comparativo anual.
A receita líquida foi de R$ 6,3 bilhões, marcando uma redução de
8% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, com decréscimos
nas vendas no mercado interno e externo de 5% e 19%,
respectivamente.
Este declínio na receita foi impulsionado por uma combinação de
condições de mercado adversas, incluindo uma desaceleração
econômica global que afetou diretamente a demanda por aço, e
pressões de preço exacerbadas pela competição internacional e uma
potencial sobreoferta no setor. O Ebitda ajustado do segumento de
aço, apesar de o volume de produção ter subido e as vendas terem
ficado praticamente estáveis no ano, ficou em R$ 70 milhões,
marcando queda.
Os custos dos produtos vendidos foram de R$ 6,02 bilhões, um
aumento de 3% em relação ao 2T23, levando a um lucro bruto de R$
328,2 milhões, que representou uma diminuição de 44% em relação ao
ano anterior. A margem bruta ajustada de 8% para 5% reflete esses
custos.
O endividamento da empresa se ajustou para R$ 998 mil ao final
do 2T24, mostrando um aumento de 222% em relação ao ano anterior. A
relação dívida líquida/Ebitda ajustado subiu para 0,79x, de 0,41x
no 2T23.
A Usiminas atribuiu os desafios do trimestre a volatilidades
cambiais e condições adversas de mercado, enquanto mantém prudência
nas projeções futuras devido ao ambiente econômico e incertezas
globais que impactam o setor siderúrgico.
Os resultados do Usiminas (BOV:USIM3)
(BOV:USIM5)
(BOV:USIM6)
referentes às suas operações do segundo trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 26/07/2024.
VISÃO DO MERCADO
As ações da Usiminas desabam mais de 15% após a divulgação dos
resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24): às 10h40 (horário
de Brasília), os ativos caíam 15,94%, a R$ 6,96.
A siderúrgica encerrou o segundo trimestre de 2024 com prejuízo
líquido de R$ 100 milhões, revertendo assim o lucro de R$ 287
milhões apurado no mesmo período de 2023 e o lucro R$ 36 milhões do
primeiro trimestre do ano.
De acordo com a Usiminas, o prejuízo líquido foi decorrente da
piora do resultado operacional, além do efeito da desvalorização do
real frente ao dólar na dívida. O efeito, acrescenta a empresa, foi
parcialmente compensado por efeitos não recorrentes que totalizaram
R$ 77 milhões positivos, afetando tanto o desempenho operacional
quanto financeiro.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e
depreciação) ajustado da Usiminas somou R$ 247 milhões, valor 33%
menor ante o segundo trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada
foi de 4%, frente aos 5% registrados um ano antes.
A receita líquida da Usiminas caiu 8% no comparativo anual,
chegando a R$ 6,350 bilhões. No comparativo trimestral, contudo,
houve avanço de 2%. Segundo a companhia, o aumento foi decorrente
da receita líquida apurada pela unidade de mineração, que
apresentou elevação de 16% no período e foi impactada positivamente
pelos mecanismos de precificação e câmbio, apesar da queda de 10%
nos preços de referência da Platts para o minério de ferro.
O capex totalizou R$ 231 milhões no segundo trimestre de 2024,
valor 74% menor ante igual período do ano anterior e 14% inferior
na comparação trimestral.
O caixa consolidado da Usiminas somou R$ 5,605 bilhões ao final
do período, 13% superior ante um ano e 2% menor comparado ao
trimestre anterior. O fluxo de caixa, por sua vez, foi de R$ 150
milhões.
De acordo com o Bradesco BBI, o destaque negativo ficou para o
Ebitda ajustado, que ficou 22% abaixo do consenso e 34% abaixo da
projeção do mercado. A diferença em relação ao modelo é explicada
principalmente pelos resultados mais fracos do que o esperado em
sua divisão de aço.
“Observamos que os preços e despesas realizados do aço no
trimestre foram piores do que nossas expectativas. Também
observamos que os preços realizados do aço caíram 1% no trimestre
no 2T24. Quanto à sua divisão de mineração, o Ebitda se recuperou
84% na base trimestral para R$ 153 milhões no trimestre,
impulsionado por preços realizados mais fortes (+17% na base
trimestral) e volumes ligeiramente melhores”, avaliam os analistas
do BBI.
O Ebitda da Usiminas ficou 40% abaixo da estimativa do Itaú BBA,
que ressaltou preços realizados mais fracos do que o esperado no
mercado siderúrgico nacional.
Para o 3T24, a Usiminas está com guidance para um Ebitda
trimestral mais alto em sua divisão de aço, impulsionado
principalmente por volumes/preços mais fortes e custos mais baixos
(já que menores custos de matéria-prima e ganhos de eficiência
podem compensar o real mais fraco), segundo o BBI.
Já o BBA ressalta que as expectativas da empresa de custos
estáveis na divisão siderúrgica especificamente podem ser uma
decepção para os investidores que estavam mais otimistas sobre
maiores ganhos de eficiência.
O BBI apontou que, embora já esperasse uma reação negativa do
mercado a esses resultados, acredita que todos os olhos estarão
voltados para o tom da gerência durante a teleconferência – já que
a magnitude das melhorias trimestrais mencionadas no guidance da
empresa ainda não está clara. O banco tem recomendação outperform
(desempenho acima da média, equivalente à compra) e continua
esperando que seu momentum de lucros acelere no segundo
semestre.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Reuters
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