Em uma semana marcada pela queda do Ibovespa na faixa de 0,67%, já dá para ter noção de como ficou o otimismo dos investidores nos últimos dias. Porém, no ano, o benchmarking registra uma alta de 0,35%, revelando importantes ganhos. Vamos ver mais de perto como ficou tudo isso e também já se atentar ao que nos espera nos próximos dias.

  1. Semana movimentada com estreias de empresas na Bolsa

Praticamente uma para cada dia da semana. Ao todo tivemos cinco novas ações sendo negociadas na B3 a partir desta semana.

=> Jalles Machado (JALL3): estreia na segunda-feira com Alta de 9%

A empresa captou um total de R$ 741,5 milhões em sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), após precificar os papéis em R$ 8,30 a unidade. O valor ficou abaixo da faixa indicativa de preços estabelecida pelos coordenadores da oferta – XP Investimentos, BTG Pactual, Citigroup e Santander –, que variou de R$ 10,35 a R$ 12,95.

Com capacidade de moagem de 5,3 milhões de toneladas de cana de açúcar por safra, a Jalles Machado é a maior produtora e exportadora brasileira de açúcar orgânico em escala mundial. No mercado local, a empresa possui a produção e comercialização de saneantes (álcool em gel, álcool para limpeza e álcool industrial) por meio da sua marca própria Itajá e Allgel.

=> Focus Energia (POWE3): estreia na segunda-feira com Queda de 13,5%

Focus Energia captou cerca de R$ 765 milhões em IPO, que, além da venda de ações novas, teve venda de R$ 122,4 mi em participação pelos sócio. A oferta foi definida abaixo da faixa indicativa de R$ 21,20 a R$ 28,6, por R$ 18,02. Os recursos da operação serão usados para investir em projetos de geração de energia solar, para revender a produção dos parques no chamado mercado livre, onde grandes consumidores negociam diretamente seu suprimento elétrico com empresas do setor.

=> Bemobi (BMOB3): estreia na quarta-feira com Queda de 2,73%

As ações chegaram a subir 29,55% ao meio-dia, mas, durante a tarde, os papéis foram enfraquecendo e viraram de maneira forte e abrupta. Acabaram fechando em queda de 2,73%, a R$ 21,40, com volume negociado de R$ 655,18 milhões.

As ações de sua oferta inicial foram precificadas a R$ 22. O valor ficou próximo do ponto superior da faixa estimada entre R$ 17,60 a R$ 23,10. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a venda de ações novas, cujos recursos irão para o caixa da companhia, somou R$ 1,09 bilhão. Os acionistas da empresa venderam o equivalente a R$ 164,1 milhões, perfazendo R$ 1,258 bilhão.

A Bemobi tem foco na distribuição e monetização de aplicativos, games e serviços digitais móveis para países emergentes. Atua em 70 operadoras de telefonia móvel ao redor do mundo. A empresa tem sede no Brasil e também escritórios na Ucrânia, Noruega e Índia.

=> Cruzeiro do Sul (CSED3): estreia na quinta-feira com Queda de 7,3%

A oferta inicial de ações (IPO) do grupo privado de ensino superior Cruzeiro do Sul saiu a 14 reais por papel, abaixo do esperado, e movimentou 1,23 bilhão de reais. Fundada em 1965 e com sede em São Paulo, a Cruzeiro do Sul se apresenta como o quarto maior grupo privado de ensino superior em número de alunos no Brasil. Além da própria Cruzeiro do Sul, a empresa é dona de marcas como Unicid, UDF, Módulo, Universidade Positivo e Braz Cubas. Com informações da Reuters.

=> Westwing (WEST3): estreia na quinta-feira com Queda de 8,4%

No IPO, foram vendidas 33.099.562 ações na oferta primária e outras 56.269.254 na secundária, que teve como vendedores a Oikos e a Tatix, além de Carlos Andres Alfonso Mutschler Castillo (presidente) e Eduardo Balbao Ribeiro de Oliveira (vice-presidente de operações).

Os recursos da oferta primária – 430,3 milhões de reais serão destinados para expansão de mercado, marketing, tecnologia, marca própria e logística, de acordo com o prospecto preliminar do IPO, que tem como coordenadores BTG Pactual, XP Investimentos, JPMorgan e Citi.

Com sede em São Paulo, a Westwing tem aproximadamente 9 milhões de usuários cadastrados e opera um modelo de comércio eletrônico semelhante a uma revista, que além da compra em si, também serve de referência de decoração e estilo aos clientes.

=> OceanPact (OPCT3): estreia na sexta-feira com Queda de 2,06%

O preço por ação na oferta inicial de ações (IPO) da Oceanpact saiu a R$ 11,15. Com isso, a prestadora de serviços ambientais e de logística marinha captou R$ 1,22 bilhão, divididos entre oferta primária (R$ 920 milhões) e oferta secundária (R$ 300 milhões). A companhia usará os recursos para ampliar sua frota de navios, que atualmente conta com 23 embarcações, e adquirir máquinas e equipamentos.

A empresa oferece serviços para estudo, proteção, monitoramento e uso sustentável do mar, do litoral e dos recursos marinhos para clientes, principalmente no setor de óleo e gás, mas também para diverso outros setores, como energia, mineração, telecomunicações, portuário, navegação, turismo, pesca e aquicultura.

A empresa afirma ter participado de resposta a diversas tragédias ambientais, como o vazamento de óleo da plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, em 2010, e o vazamento da bacia de Santos em 2019.

Sediada no Rio de Janeiro, a OceanPact tem filiais em oito Estados brasileiros e subsidiárias na Holanda, México, Reino Unido, Noruega e Uruguai. A empresa atua nos segmentos ambiental, subsea (operações submarinas) e de logística em engenharia.

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Para a próxima semana:

IPO em 17/02: teremos estreia da Eletromidia (ELMD3)

IPOs em 18/02: teremos estreia de Orizon (ORVR3) e da CSN Mineração (CMIN3)

=> Conforme agenda da B3, dias 15 e 16 não haverá sessão; no dia 17 as negociações começam a ser feitas a partir das 13 horas. O fechamento da Bolsa se deve ao feriado de Carnaval.

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  1. Divulgações de balanços também deixam as ações bastante oscilantes no decorrer da semana

=> Suzano (SUZB3)

A Suzano não conseguiu reverter o prejuízo de 2019 (R$ 2,815 bilhões) e acumulou perdas de R$ 10,715 bilhões nos 12 meses de 2020. Saiba mais…

=> TOTVS (TOTS3)

A desenvolvedora de softwares TOTVS registrou lucro de R$ 294,9 milhões em 2020, alta de 40% em relação ao ano anterior. No acumulado do ano, o Ebitda avançou 26,7% ante 2019, para R$ 598,4 milhões, enquanto a margem Ebitda foi de 23,1%, 2,4 pontos percentuais a mais do que o registrado no ano anterior. Saiba mais…

=> Duratex (DTEX3)

O lucro líquido da Duratex, no quarto trimestre de 2020, cresceu 5,9%, na comparação anual, para o recorde de R$ 301,6 milhões. A receita líquida aumentou 27,4%, para R$ 1,89 bilhão, seu melhor ano na história. Saiba mais…

=> Porto Seguro (PSSA3)

A Porto Seguro teve alta de 10,3% do lucro no quarto trimestre de 2020 na comparação e atingiu R$ 409 milhões. A receita total da companhia foi de R$ 5,3 bilhões ante os R$ 4,9 bilhões do mesmo período de 2019. Saiba mais…

=> Banco Banrisul (BRSR3/BRSR5/BRSR6)

O lucro líquido alcançou R$727,5 milhões no ano de 2020, 45,9% ou R$616,9 milhões abaixo do lucro líquido de 2019. O lucro líquido ajustado alcançou R$824,8 milhões no ano de 2020, 35,3% ou R$449,0 milhões abaixo do lucro líquido ajustado de 2019. Saiba mais…

=> Banco Pine (PINE3/PINE4)

O Banco Pine registrou um prejuízo recorrente gerencial de R$ 33,7 milhões em 2020, melhora de 72,8% em relação a 2019, quando o prejuízo somou R$ 124,1 milhões. Segundo o banco, essa variação reflete o crescimento da margem bruta, principalmente nas receitas recorrentes de crédito e de tesouraria, além da redução no custo de crédito e a manutenção das despesas operacionais. Saiba mais…

=> Aeris (AERI3)

A fabricante de pás eólicas Aeris Energy registrou um lucro líquido de R$ 113,2 milhões em 2020, um aumento de 27,6% em relação a 2019. Saiba mais…

=> Banco PAN (BPAN4)

O Banco PAN reportou lucro líquido em 2020 de R$ 655,5 milhões, crescimento de 27% em relação ao resultado do calendário anterior. O lucro por ação foi de R$ 0,54, tanto para ações ordinárias quanto preferenciais. No ano anterior, o lucro fora de R$ 0,44. Saiba mais…

=> BTG Pactual (BPAC11)

O banco BTG Pactual reportou lucro líquido em 2020 de R$ 4,05 bilhões, crescimento de 5,6% em relação ao resultado do calendário anterior. Ajustado, o retorno ajustado anualizado (ROAE) ficou em 19,1% no quatro trimestre e 16,9% em 2020. Saiba mais…

=> Indústrias Romi (ROMI3)

A Indústrias Romi reportou lucro líquido em 2020 deR$ 174,7 milhões, avanço de 34,5% no comparativo anual. Saiba mais…

=> Klabin (KLBN11)

Em 2020, a Klabin registrou prejuízo de R$ 2,389 bilhões revertendo lucro de R$ 715 milhões no ano anterior. Em todo o ano de 2020 o Ebitda atingiu R$ 4,906 bilhões, ante R$ 4,322 bilhões em 2019, uma alta de 14%. Saiba mais…

=> Log Commercial (LOGG3)

A Log Commercial Properties reportou lucro líquido em 2020 de R$ 142 milhões, crescimento de 52,8% em relação ao resultado do ano anterior. A receita líquida cresceu 10,5%, para R$ 141,5 milhões. Saiba mais…

=> São Martinho (SMTO3)

A São Martinho reportou na segunda lucro líquido de R$ 272 milhões no terceiro trimestre da safra de 2020 e 2021, queda de 20,6% frente a R$ 342,9 milhões no mesmo período do ciclo anterior. Saiba mais…

=> Tim Brasil (TIMS3)

A operadora de telecomunicações Tim registrou lucro de R$ 1,844 bilhão em 2020, baixa de 49,1% em relação ao ano anterior. No acumulado do ano, o Ebitda totalizou R$ 8,342 bilhões, queda de 13,5%. Saiba mais…

=> ABC Brasil (ABCB4)

O Banco ABC Brasil divulgou lucro líquido foi de R$ 106 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 44,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, e queda de 11,4% em relação ao mesmo período de 2019. No ano inteiro, houve queda de 34,1% no lucro líquido em relação a 2019. Saiba mais…

=> BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade, holding de seguros do Banco do Brasil, registrou lucro líquido ajustado de R$ 916,619 milhões no quarto e último trimestre do ano passado, cifra 19,1% menor que a registrada em igual período de 2019. Em relação aos três meses anteriores, foi identificada retração de 16,4%. Saiba mais…

=> BR Properties (BRPR3)

Em 2020, o lucro líquido da companhia caiu 34%, para R$ 206,3 milhões. A BR Properties informou também lucro líquido ajustado (FFO) de R$ 189,5 milhões, com expansão de 234%. Saiba mais…

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Para a próxima semana:

Balanços previstos: 17/02 – Carrefour (CRFB); 19/02 – BR Brokers (BBRK3), Banco Mercantil (BMEB4), Construtora Adolpho Lindenberg (CALI4), Energias BR (ENBR3).

=> Lembrando: conforme agenda da B3, dias 15 e 16 não haverá sessão; no dia 17 as negociações começam a ser feitas a partir das 13 horas. O fechamento da Bolsa se deve ao feriado de Carnaval.

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  1. Nova rodada de auxílio emergencial no Brasil já está em vista

O ano começou sem uma perspectiva com relação à retomada do pagamento mensal de auxílio emergencial, porém esta semana o presidente da República, Jair Bolsonaro, revelou que a partir de março é possível que haja uma nova rodada do estímulo econômico, cujas parcelas devem ser pagas por um período de até quatro meses.

Estima-se que as parcelas fiquem em torno de R$ 200, porém a população atendida será mais restrita do que a do ano passado, dessa vez em torno de 30 milhões. A tramitação dentro do governo e do Congresso é a de criar uma exceção ao teto de gastos para permitir novas parcelas do auxílio.

  1. Projeto que prevê autonomia do Banco Central é aprovado e segue para aval de Bolsonaro

Foi aprovado, na Câmara dos Deputados, o projeto que prevê a autonomia do Bacen, o Banco Central do Brasil. O processo também já passou pelo Senado e aguarda agora a aprovação final do presidente Jair Bolsonaro.

Com a mudança, o presidente do Banco Central terá mandato de quatro anos, não coincidindo com o do presidente da República, o que torna o BC um órgão livre de pressões político-partidárias. Nos EUA, na Europa e em diversos países o Banco Central já tem essa autonomia, portanto a medida pode ser bem vista pelos investidores internacionais e ser um chamariz para atrair mais recursos para o país.

  1. Petrobras sobe a gasolina, mas cai na Bolsa

Na segunda-feira, Petrobras despencou 4,14% nas ações ordinárias e 3,4% nas preferenciais. Por trás da queda está o fato de a companhia ter anunciado aumento de cerca de 8% no preço da gasolina a ser vendida pelas refinarias para as distribuidoras. Com isso, o preço médio do litro do combustível subiu R$ 0,17, passando a ser de R$ 2,25.

Isso vem após a empresa comunicar que modificou de trimestral para anual o período de apuração usado na sua política comercial, e que segue a precificação de combustíveis alinhada aos preços internacionais convertidos para reais pela taxa de câmbio real/dólar norte-americano.

A companhia frisou que, mesmo sendo a única produtora de combustíveis do país, com 98% da capacidade de refino, enfrenta competição de importadoras, que têm participado com 20% a 30% do mercado doméstico, dependendo do produto.

Portanto, dentro de sua política, isso permite que em dado trimestre os preços domésticos possam ser praticados abaixo do preço de paridade de importação, desde que a diferença seja compensada nos trimestres seguintes.

Em virtude do último aumento de preços, houve um temor renovado de insatisfação na base do governo Jair Bolsonaro e sua consequente pretensão de mexer na política de preços da companhia, o que até agora não aconteceu. O presidente voltou a dizer que o governo não pretende nem pode interferir na Petrobras.

  1. Ano Novo Lunar deixa bolsas asiáticas fechadas

Diferentemente do Ocidente, no qual 2021 já iniciou de fato desde o dia primeiro de janeiro, somente agora na Ásia é que o calendário começa oficialmente a correr. Nesta semana, quinta-feira, os mercados da China, Japão, Coreia do Sul e Taiwan ficaram fechados para o feriado do Ano Novo Lunar. Já os mercados de Hong Kong e Singapura abriram, porém com horário reduzido. Os mercados chineses de títulos, comércio exterior e commodities futuros devem permanecer fechados até 17 de fevereiro.

  1. União Europeia ainda enfrenta dificuldades com as vacinações

Apesar de já estar bem adiantada na imunização da população em relação ao restante do mundo, a Europa ainda tem sofrido pressão interna quanto ao ritmo dessa vacinação. Nesta semana, a União Europeia finalizou um acordo com a Pfizer e BioNTech para garantir a oferta de mais 300 milhões de doses da vacina que as farmacêuticas desenvolveram conjuntamente.

Como reflexo da pandemia, o Reino Unido viu sua economia sofrer uma queda de 9,9% em 2020, a maior desde o início dos registros modernos.

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