A Direcional Engenharia, que atua no Casa Verde e Amarela (CVA) e no setor residencial de médio padrão, registrou lucro líquido ajustado de R$ 55,1 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), montante 35,5% maior do que o reportado no mesmo período de 2021, informou a construtora.

A receita líquida da empresa cresceu 39% na mesma base de comparação, para R$ 586 milhões, maior valor de sua história.

Ebitda – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado ficou em R$ 118,141 milhões, alta de 32,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada ficou em 20,3%, o que representa um recuo de 1,0 ponto percentual (p.p.) na comparação com o 2T21.

O consenso Refinitiv apontava uma expectativa de lucro líquido de R$ 43,22 milhões, Ebitda de R$ 104,75 milhões e receita de R$ 528 milhões.

“Apesar do cenário atual seguir incerto em relação ao andamento da economia e da confiança do consumidor, observamos a continuidade da forte demanda por nossos produtos que já vínhamos enxergando nos últimos exercícios. Nesse sentido, registramos mais um trimestre recorde na métrica de vendas líquidas, totalizando R$ 836 milhões no 2T22 e superando em 25% o recorde anterior”, destaca o conselho de administração do grupo que atua no segmento de baixa renda.

O lucro bruto ajustado atingiu a cifra de R$ 207,2 milhões no segundo trimestre de 2022, um aumento de 29,3% na comparação com igual etapa de 2021. A margem bruta ajustada foi de 35,4% no 2T22, baixa de 2,6 p.p. frente a margem do 2T21.

As despesas gerais e administrativas somaram R$ 36 milhões, valor 3% superior ao 1T22 e 8% superior ao 2T21. O relevante crescimento das receitas no período, conforme comentado acima, permitiu uma importante diluição dessas despesas. Nesse sentido, a representatividade da linha em relação à Receita Bruta caiu para 5,9%, um ganho de 1,3 p.p. na comparação com o 1T22 e de 1,4 p.p. em relação ao 2T21.

O resultado financeiro apresentou valor líquido negativo de R$ 33 milhões. Os principais fatores que impactaram a linha foram o resultado negativo de R$ 9 milhões, decorrente de swap referenciado em ações de emissão da própria Companhia, contratado no âmbito do plano de recompra de ações aprovado em dezembro de 2021; as duas elevações da taxa Selic no período, passando de 11,75% a.a. para 13,25% a.a., o que repercutiu diretamente na remuneração do caixa e nas despesas financeiras atreladas ao endividamento da Companhia; e a operação de venda de parte da carteira de recebíveis, em valor aproximado de R$ 4 milhões.

A companhia realizou o lançamento de 10 novos empreendimentos/etapas, representando um VGV de R$ 790 milhões (R$ 704 milhões % Companhia), volume 32% maior que registrado no 1T22 e em linha com o VGV lançado no 2T21. O segmento Direcional foi responsável por 62% do volume lançado no trimestre, enquanto os produtos Riva mostraram representatividade de 38% no mix de lançamentos.

A velocidade de vendas líquidas do 2T22, medida pelo indicador VSO (Vendas Líquidas Sobre Oferta), alcançou 20% na visão consolidada, um aumento de 4 p.p. na comparação com o trimestre anterior.

A Direcional encerrou o 2T22 com 13.676 unidades em estoque, somando VGV de R$ 3,3 bilhões.

Os distratos totalizaram R$ 94 milhões, um aumento nominal de 3% sobre o 1T22. Entretanto, o percentual de distratos em relação às vendas brutas foi de 10,1% no trimestre, representando uma expressiva redução de 2,7 p.p. no período. Na comparação com o 2T21, a diluição foi de 0,3 p.p.

As vendas líquidas contratadas no 2T22 totalizaram R$ 836 milhões (R$ 674 milhões % Companhia), crescimento de 34% em relação ao 1T22 e de 36% sobre o 2T21. O desempenho apresentado consolidou o 2T22 como o melhor trimestre de vendas líquidas da história da Direcional, superando em 25% o recorde anterior, que havia sido atingido no 4T21.

A Direcional apresentou geração de caixa no valor de R$ 20 milhões no 2T22. Desse modo, no 1º semestre de 2022, houve consumo de caixa no montante de R$ 14 milhões. Conforme publicado no trimestre anterior, esse consumo deveu-se à relevante expansão dos volumes de lançamentos e vendas nos últimos períodos, além da gestão ativa dos estoques de suprimentos, visando a mitigação da pressão inflacionária dos insumos.

Em 30 de junho de 2022, a dívida líquida da companhia ajustada era de R$ 215,3 milhões, contra R$ 241,6 milhões da mesma etapa de 2021.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/patrimônio líquido, ficou em 14,1% em junho/22, queda de 4,5 p.p. em relação ao mesmo período de 2021.

RIVA

A Riva, subsidiária com atuação focada no segmento médio econômico, lançou 3 empreendimentos no 2T22, totalizando um VGV de R$ 301 milhões (R$ 236 milhões % Companhia), volume 48% superior ao 1T22 e 60% superior ao 2T21.

As vendas líquidas atingiram R$ 236 milhões no 2T22 (R$ 181 milhões % Companhia), crescimento de 38% em relação ao 1T22 e de 32% sobre o 2T21.

Desse modo, a VSO da Riva alcançou 17% no trimestre. No 1º semestre de 2022, as vendas líquidas cresceram 35% na comparação com o 1S21, chegando a R$ 407 milhões no período (R$ 315 milhões % Companhia).

No encerramento do trimestre, o VGV em estoque do segmento totalizou R$ 1,2 bilhão (R$ 946 milhões % Companhia), dos quais menos de 1% é referente a produtos concluídos.

Os resultados da Direcional Engenharia (BOV:DIRR3) referentes às suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia 09/08/2022. Confira o Press release na íntegra!

Teleconferência

O CEO da Direcional (DIRR3), Ricardo Ribeiro, disse hoje durante teleconferência com analistas que a partir do ano que vem a empresa deve diminuir o ritmo de lançamentos. “Quando tivermos conforto da capacidade de execução de nossa engenharia, a gente pode pensar numa eventual crescimento de lançamentos”, afirmou.

“Deveremos chegar ao final de 2022 num patamar de lançamentos, que, olhando para 2023, não deve crescer tanto”, acrescentou, reforçando que ainda existe muito ganho a ser capturado pela Direcional nos projetos em andamento, sem colocar pressão na engenharia e na capacidade de produção da empresa.

Conforme Ribeiro, o número de lançamentos da construtora foi muito expressivo nos últimos anos. “A gente tem um espaço grande para que as vendas cheguem aos lançamentos e, na sequência, a receita chegue ao patamar de vendas”, disse.

Direcional no Casa Verde e Amarela

O CEO da Direcional comentou a resiliência da empresa no Casa Verde e Amarela e disse que as principais mudanças para atrair a população de baixa renda ao programa não impactaram nos resultados do segundo trimestre.

Ricardo Ribeiro crê que as alterações no Casa Verde e Amarela serão sentidas somente a partir desse mês de agosto pela construtora. A Direcional entregou 6 empreendimentos durante o 2T22, correspondendo a um total de 1.792 unidades, enquadrados no programa.

Resultados

Os números do segundo trimestre de 2022 (2T22) divulgados pela Direcional (DIRR3) foram considerados fortes e acima do esperado pelo consenso do mercado. Entretanto, após abrirem em alta, as ações passaram a registrar perdas, recuando 5,2%, às 16h15.

Segundo a XP Investimentos, o destaque do resultado foi a receita líquida recorde de R$ 586 milhões, ligeiramente acima das suas estimativas, devido a vendas líquidas recorde e maior andamento de obras, implicando no sólido reconhecimento de receita no trimestre (POC).

Cenário construção

Durante a teleconferência, Ribeiro destacou a resiliência da margem bruta. “Vivemos nos últimos dois anos um cenário completamente imprevisível, desafiador, onde a inflação e o aumento de custos de insumos foram o principal tema do setor”, disse.

O executivo comentou sobre o cenário atual que, segundo ele, deu sinais positivos nas últimas semanas com relação ao custo de insumos. De acordo com Ribeiro, isso ocorreu “muito em função da redução do preço das commodities e melhor acomodamento do câmbio”.

Mas acrescentou ser “cedo dizer” o que a empresa vai “conseguir entregar em termos de margem daqui pra frente”. A margem bruta da empresa atingiu 35% no 2T22.

“Operamos há anos acima de margem bruta recorrente de 34%”, disse, mas acrescentou que ela tem tendência a convergir para a meta de 34% em meio a um cenário desafiador nesse semestre.

O executivo avalia que somente de 3 a 6 meses será possível “ver como as coisas vão se acomodar”. Para ele, “qualquer sinalização de otimismo maior seria inadequada e precipitada”.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

“A Direcional divulgou outro conjunto de resultados muito bons. A empresa vem combinando fortes desempenhos, tanto na frente operacional quanto financeira, e tem sido capaz de sustentar uma margem bruta melhor do que a esperada, ao mesmo tempo em que também cresceu sua receita líquida em 39% na comparação anual, o que levou a uma sólida diluição do G&A que direcionou o lucro líquido a um ROE de dois dígitos anualizado (a 16% no 2T22), além de ter uma forte geração de caixa”, comenta Bradesco BBI, em relatório.

Olhando para o futuro, o BBI vê a Direcional em uma posição sólida para se beneficiar das mudanças do CVA (Casa Verde e Amarela) que entraram em vigor em julho, mas com um ponto de partida acima da média, o que deve permitir à empresa flexibilidade diferenciada para escolher entre ganhos de margem ou aumentos na velocidade de vendas/participação de mercado.

Bradesco BBI mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 19,00…

Credit Suisse

Para Credit Suisse, a construtora apresentou resultados fortes conforme o esperado no 2T22, atingindo recordes de receita e mantendo sua margem bruta saudável e muito acima da média de seus pares. “Mais importante, a empresa foi coerente com seu discurso e avançou com a diluição das despesas e o retorno de valor aos acionistas (dividendos e recompra).”

Além disso, o time de research do Credit Suisse afirmou estar construtivo quanto à capacidade de execução da Direcional e esperam que a empresa continue aumentando os preços sem comprometer suas operações (impulsionado pelos ajustes no programa CVA).

Credit Suisse mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 15,00…

Itaú BBA 

Analistas do Itaú BBA destacam que a receita líquida atingiu um recorde histórico e a margem bruta manteve-se em níveis saudáveis, “respaldada pela efetiva política de precificação de produtos da empresa”.

Itaú BBA tem recomendação de compra com preço-alvo de 16,00…

XP Investimentos

Segundo a XP Investimentos, o destaque do resultado foi a receita líquida recorde de R$ 586 milhões, ligeiramente acima das suas estimativas, devido a vendas líquidas recorde e maior andamento de obras, implicando no sólido reconhecimento de receita no trimestre (POC).

XP tem recomendação de compra com preço-alvo de 17,00…

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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