Os principais índices dos Estados Unidos enfrentavam novamente queda acentuada nesta segunda-feira, 07 de abril de 2025, após a aplicação de tarifas pelos Estados Unidos. Investidores permanecem inquietos com possíveis consequências negativas das medidas tarifárias do governo Trump e as respostas retaliatórias adotadas por parceiros comerciais dos EUA.
Ás 10h39 (horário de Brasília), o Dow Jones (DOWI:DJI) cedia 1.445,68 pontos, ou 3,77%. O S&P 500 recuava 205,21 pontos, ou 4,04%, enquanto o Nasdaq caía 678,28 pontos, ou 4,35%. A taxa de retorno dos títulos do Tesouro de 10 anos avançava para 4,024%.
A perspectiva de negociações longas e difíceis amplia as incertezas, especialmente após a China responder com tarifas elevadas sobre produtos americanos. Especialistas alertam para mais volatilidade, com investidores reagindo à ausência de soluções rápidas para a disputa comercial em curso.
A tensão nos mercados pode levar os índices S&P 500 e o Nasdaq a mergulharem mais profundamente em território de mercado de baixa, com perdas superiores a 20% em relação aos seus picos recentes.
Economistas destacam que a postura agressiva de Donald Trump, apesar de visar corrigir um déficit comercial com a China, pode acabar gerando inflação e desacelerando a economia americana. Líderes empresariais se manifestaram, reforçando crescente preocupação com os rumos atuais da política econômica dos EUA.
Analistas sugerem que os próximos dias serão decisivos para avaliar se Trump conseguirá acordos satisfatórios com parceiros comerciais, e se os impactos das tarifas já implementadas provoquem danos à confiança dos investidores globais, exigindo ainda mais cautela nas decisões financeiras de curto prazo.
Commodities
Às 10h27 (de Brasília), o petróleo bruto West Texas Intermediate para maio perdia 2,24%, para US$ 60,60 por barril, enquanto o Brent para junho caía 2,17%, para US$ 64,16 por barril.
Os preços do petróleo caíram após Trump impor tarifas que afetaram o comércio global, e a OPEP+ aumentar a produção. O Brent caiu de US$ 82,63 em janeiro para US$ 63,01 no começo de abril.
A demanda asiática relatou importações menores no início de 2025, importando 26,44 milhões de bpd no 1º trimestre de 2025, abaixo dos 27,08 milhões de 2024. Em março, houve recuperação, liderada pela China, motivada por preços mais baixos e reabastecimento de estoques. Ainda assim, tarifas e incertezas econômicas podem frear nova alta na demanda.
O ouro (PM:XAUUSD) subia 0,38% a US$ 3.047,00.
O contrato de minério de ferro mais negociado de maio na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou o pregão diurno com queda de 3,36% a US$ 104,31 a tonelada métrica.
Dados econômicos
Na agenda econômica de hoje, às 11h30 (horário de Brasília), está previsto um discurso da governadora do Federal Reserve, Adriana Kugler.
Às 16h, será divulgado o relatório de crédito ao consumidor de fevereiro. O mercado espera um aumento de US$ 15,2 bilhões, abaixo do resultado anterior, que foi de US$ 18,1 bilhões.
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Movimentações
As verificações de todas as cotações abaixo foram feitas durante o pré-mercado.
Entre os principais destaques corporativos, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, alertou que as tarifas comerciais elevarão a inflação e o risco de recessão, criticando o isolacionismo econômico. Dimon disse que mesmo após as quedas no mercado os ativos seguem caros e que incertezas persistem. O banco agora vê 60% de chance de recessão, impulsionada pelas tensões com a China.
Com o temor de recessão, agravada pela expectativa de queda na demanda por empréstimos, as ações dos grandes bancos continuaram a cair esta manhã. A queda de dois dias resultou na pior performance do setor bancário desde março de 2020. O JPMorgan Chase (NYSE:JPM) caía 3,9%, Morgan Stanley (NYSE:MS) -3,8%, Bank of America (NYSE:BAC) -2,8% e Wells Fargo (NYSE:WFC) -2,9%.
A Apple (NASDAQ:AAPL) teve a maior perda semanal de valor de mercado da história: US$ 443,5 bilhões. As ações recuaram 13,6% na semana, fechando a sexta-feira em queda de 7,29%. As ações ampliavam as perdas caindo 2,8% no pré-mercado, com o impacto das tarifas chinesas de 34% sobre produtos americanos derrubando as ações.
ADRs das gigantes chinesas também caíram afetadas pelas tarifas da China. Alibaba (NYSE:BABA) recuava 7,7% após uma baixa de 9,9% no último pregão, PDD (NASDAQ:PDD) caía 5,2% após um recuo de 8,32%, e JD.com (NYSE:JD) caía 7,1% após queda de 7,74% na sexta-feira.
A postura firme de Trump nas tarifas também derrubou o setor de defesa, tanto na Europa como nos EUA. Lockheed Martin (NYSE:LMT), General Dynamics (NYSE:GD) e Northrop Grumman (NYSE:NOC) caíam de 1,1% a 2,8%.
As companhias aéreas American Airlines (NASDAQ:AAL), Southwest Airlines (NYSE:LUV), United (NASDAQ:UAL) e Delta (NYSE:DAL) caíam entre 4% a 5%, com analistas sugerindo que essas empresas cortarão em seus próximos balanços a previsão de receita e demanda por viagens em 2025.
As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) recuavam 5,8% após queda de 10,42% na sexta-feira, encerrando a semana passada com baixa de 9,2%. As ações já perderam mais de 50% desde seu pico histórico. O analista Dan Ives, da Wedbush, reduziu o preço-alvo das ações de US$ 550 para US$ 315, citando tarifas e crise de imagem como fatores que formam uma “tempestade perfeita”.
A Nvidia (NASDAQ:NVDA) caía 5,5% após queda de 7,36% na sexta-feira, e queda semanal de 14%. As farmacêuticas Eli Lilly (NYSE:LLY) e Novo Nordisk (NYSE:NVO) caíam 5,2% e 1,8%, respectivamente, com restrições do governo Trump a cobertura de medicamentos antiobesidade no Medicare e Medicaid.
A MicroStrategy (NASDAQ:MSTR) caía 10,7% com o Bitcoin (COIN:BTCUSD) recuando para US$ 77.220.
O filme do Minecraft, produzido pela Warner Bros. (NYSE:WBD) e Universal Corp (NYSE:UVV), arrecadou US$ 157 milhões nos EUA e US$ 301 milhões globalmente em seu fim de semana de estreia, superando todas as estreias de 2025. As ações da Warner recuavam 3,6%, após uma queda de 11,9% na sexta-feira.
As maiores altas na NYSE no pré-mercado foram a empresa do setor imobiliário American Realty Investors Inc (NYSE:ARL), que subia +46,60%, seguida pelo fundo fechado de investimento em renda fixa Western Asset Premier Bond Fund (NYSE:WEA) +40,90%, e a empresa de aluguel de equipamentos de construção Alta Equipment Group Inc (NYSE:ALTG), com +34,00%.
Entre as quedas mais acentuadas da NYSE, o banco regional FNB Corporation (NYSE:FNB) recuava -56,40%, seguido pela empresa de software de processamento de cartões de crédito e débito CoreCard Corporation (NYSE:CCRD) e do fundo que investe em saúde de biotecnologia BlackRock Health Sciences Trust (NYSE:BME), ambos recuando 55,90%.
NYSE: Veja o ranking das ações negociadas diariamente na Bolsa de Valores de Nova Iorque: maiores altas, maiores baixas, maiores volumes negociados e maiores quantidades de negócios.
No índice NASDAQ, as maiores altas são lideradas pela empresa de biotecnologia Bluejay Diagnostics Inc (NASDAQ:BJDX) +141,40%. Logo atrás, a rede de padarias com atuação na China Chanson International Holding (NASDAQ:CHSN) saltava 126,50%, seguida pela empresa de soluções de energia solar SUNation Energy Inc (NASDAQ:SUNE) que avançava 108,70%.
As maiores quedas na Nasdaq ficaram por conta do ETF Invesco BulletShares 2029 High Yield Corporate Bond (NASDAQ:BSJT), com desvalorização de 60,00%, a Shore Bancshares Inc (NASDAQ:SHBI), -57,10%, e Invesco BulletShares 2032 Municipal Bond ETF (NASDAQ:SMW), que perdia 55,90%.
NASDAQ: Veja o ranking das ações negociadas diariamente na Nasdaq: maiores altas, maiores baixas, maiores volumes negociados e maiores quantidades de negócios.
Balanços trimestrais
Após o fechamento, são aguardados os resultados da Levi’s (NYSE:LEVI), Dave & Buster’s (NASDAQ:PLAY) e The Greenbrier Companies (NYSE:GBX).
Fechamento dos EUA de sexta-feira
Na sexta-feira, os mercados americanos fecharam em outra queda acentuada. O S&P 500 recuou 6,0% (322,44 pontos), o Nasdaq caiu 5,8% (962,82 pontos) e o Dow perdeu 5,5% (2.231,07 pontos), atingindo os menores fechamentos em 11 meses. O Nasdaq acumula queda superior a 20% desde seu pico em dezembro.
A queda foi puxada por tensões comerciais, após a China anunciar tarifas de 34% sobre produtos dos EUA, em resposta a novas taxas de Trump. Com tarifas combinadas, os produtos americanos enfrentariam 54% de imposto. A incerteza sobre os impactos econômicos levou o Fed a adiar decisões sobre juros, enquanto setores como energia, ouro e semicondutores despencaram até 11,2%.
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